Neste sentido, segundo Alexandra Vieira, o “Desobedoc” surge como “uma pedrada no charco” na recuperação de espaços e “movimento cultural”.«Defendemos também a recuperação dos espaços, como a Saboaria da Confiança ou o Mercado Cultural do Carandá, entre outros, como os centros comerciais de primeira geração, para serem criadas neles residências artísticas, espaços de ensaio, experimentação e troca de saberes em diversas áreas das artes preformativas, musical e literária», referiu Alexandra Vieira, também deputada municipal. Esta quinta mostra, que decorre também em mais quatro cidades do país, nomeadamente em Viseu, Coimbra, Vila Real e Évora, inclui no programa filmes não comerciais como “Les Invisibles” ou “O Intenso Agora”, que são ao mesmo tempo acompanhados pelos realizadores em formato debate.
Outros dos filmes marcantes desta edição e que retrata a atual situação política no Brasil é o "Nada A TEMER" de Luísa Sequeira e Sama.O Desobedoc, mostra de cinema documental, reserva ainda espaço de intervenção e no último dia, às 18h00, sobe “à tela” o filme “Portugalito” para um debate sobre o Cineteratro São Geraldo. «Simbolicamente apresentamos o Desobedoc aqui no São Geraldo porque o objetivo deste festival é permitir abertura das salas, pois não queremos que a cultura fique encerrada e degrada em salas fechadas. Isto aconteceu no Porto onde o Desobedoc conseguiu abrir o Trindade», exemplifica o deputado do BE, Pedro Soares, que vê na passagem por Braga igual objetivo. A mostra não esquece ainda o público mais jovem e tem guardado para o último dia o "Desobedoquinho" onde os mais novos, dos três aos 12 anos, tem oportunidade de ver os filmes "O Emprego" de argentino Santiago Bou Grasso e "O Medo Não Tem Fim" dos alunos da Escola Básica do Bom Sucesso do Porto. «Um dos outros aspetos para nós importante é que Braga tem que ser amiga dos mais novos e nós queremos contribuir na formação de públicos para o cinema, para a cultura, a partir de idades mais jovens», frisou o deputado.
Autor: Nuno Cerqueira