A renovação geracional dos corpos docente e técnico-administrativo e a renovação da oferta letiva é uma das principais prioridades da nova presidente da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) da Universidade do Minho, Cristina Flores.
O objetivo foi assumido hoje na sessão pública de tomada de posse da Equipa da Presidência da ELACH, que teve lugar no Auditório da Escola com a presença do reitor cessante, Rui Vieira de Castro, e do reitor recém-eleito, Pedro Arezes.
A equipa de Cristina Flores definiu na sua candidatura cinco pilares fundamentais de atuação, entre os quais está a renovação da oferta letiva, de forma a tornar os cursos «mais eficientes e mais atrativos».
«Acompanharemos a renovação das práticas de ensino, de implementação de metodologias de aprendizagem inovadoras, sem, no entanto, perder de vista a investigação fundamental e o ensino de áreas de saber nucleares, como, por exemplo, a literatura, a linguística, a filosofia», garantiu.
Neste capítulo insere-se também a renovação de espaços, de forma torná-los mais acolhedores.
A ELACH tem cerca de 1400 alunos distribuídos por 8 licenciaturas, 11 mestrados e 5 doutoramentos, em Braga e em Guimarães.
Ao Diário do Minho, Cristina Flores referiu que a estabilização do número de alunos é um dos grandes desafios, face ao impacto do envelhecimento da população que se refletiu este ano letivo na Universidade do Minho e particularmente na ELACH.
Depois de lembrar os tempos difíceis que se vivem devido às «incerteza políticas, económica e ambientais» no contexto internacional, deixou uma mensagem e esperança e de coragem e expressou vontade de trabalhar, referindo que é nos momentos de maior incerteza que as artes e as letras são mais necessárias.
Bem-estar e qualidade, comunicação e cooperação, eficiência e planeamento estratégico, igualdade, inclusão e responsabilidade social são os outros quatro pilares que nortearão a nova equipa dirigente neste mandato, até 2028.
Reitor deixa alertas
O reitor da UMinho agradeceu a Catarina Flores o ter aceitado abraçar a «tarefa exigente» de conduzir a ELACH, uma herança que, referiu, implica «responsabilidade» dentro daquele que é o papel de «grande centralidade» da Escola na Universidade do Minho.
Numa época em que os «ares não são favoráveis», a ELACH, alertou Vieira de Castro, tem que estar «atenta» aos «sobressaltos», como o que sofreu este ano (diminuição de alunos), que pode não ser apenas conjuntural.
«Isso obrigada a pensar o seu futuro, a sua oferta educativa, e quanto mais cedo melhor», afirmou.
O reitor defendeu ainda que os dois centros de investigação da ELACH, que estão «bem classificados», têm que «aspirar a mais», desafiando a nova equipa a fazer valer a sua voz na discussão sobre as prioridades estratégicas do Ministério da Educação, Ciência e Inovação para o Ensino Superior.
«Não sejamos ‘calimeros’, não dêmos as coisa por adquiridas. Lutemos pelas coisas que acreditamos e defendemos», incentivou.
No seu discurso, Cristina Flores comprometeu-se a «simplificar procedimentos, fortalecer a comunicação interna e externa, dar continuidade ao diálogo constante com a investigação, com as direções de curso, fomentando a articulação entre o ensino e a investigação».
«Queremos que a ELACH seja, acima de tudo, uma escola onde se trabalha com gosto e onde se aprende com sentido, uma escola em que o diálogo substitui o ruído, a transparência reforça a confiança e o bem-estar dos estudantes, dos docentes, dos investigadores, do pessoal técnico, administrativo e de gestão, constitui uma preocupação constante», disse a docente, que na sua vida profissional tem valorizado as relações humanas.
Cristina Flores disse ainda que a sua equipa quer promover, em estreita colaboração com a Reitoria e com as outras unidades académicas, a sustentabilidade, a eficiência, a inovação, inserindo-se aqui também o fortalecimento da ligação e união dos três campi onde a Escola tem os seus cursos (Gualtar e Congregados, em Braga, e Teatro Jordão, em Guimarães), um trabalho que já foi iniciado pela equipa anterior.
Preocupações com a igualdade e inclusão
A responsável reafirmou também o compromisso da equipa com a igualdade, a inclusão, a responsabilidade social.
«Queremos que a ELACH continue a ser um espaço de diversidade, de respeito e liberdade, um lugar onde cada pessoa, independentemente da sua origem, género, idade ou condição, encontre oportunidades de crescimento e realização», sublinhou.
A nova presidente espera, com o contributo de todos - docentes, investigadores, estudantes, pessoal técnico e administrativo, parceiros institucionais e a comunidade envolvente - continuar a construir uma «escola dinâmica, ciente da sua relevância institucional, fiel à sua história e atenta ao futuro».
Cristina Flores, que substitui no cargo João Rosas, tem como vice-presidentes Carlos Pazos (Ensino e Conselho Pedagógico), Bruna Peixoto (BabeliUM e interação com a Sociedade) e Ana Carvalho (Comunicação, internacionalização e investigação).
A Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) da Universidade do Minho celebra no próximo mês de dezembro o seu 50.º aniversário. O programa comemorativo decorrerá durante uma semana, a cargo de uma comissão liderada pela professora Ana Gabriela Macedo.
            
        
    