O diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, Gonçalo Lobo Xavier, passou a integrar o Conselho da Escola de Economia, Gestão e Ciência Política da Universidade do Minho (EEG – UMinho) como membro convidado, pretendendo utilizar esta função para reforçar a ligação entre a academia e as empresas.
Licenciado em Gestão e Administração de Empresas pela academia minhota, Gonçalo Lobo Xavier confessa que foi com «alguma surpresa» e «muito agrado» que recebeu o convite do presidente da EEG, Luís Aguiar-Conraria, para dar o seu contributo à instituição na qual se formou. «Tenho gratíssimas memórias do muito que aprendi na UMinho e dos bons tempos que ali passei», refere, em declarações ao Diário do Minho.
O plano de atividades vai ser definido na primeira semana de novembro, mas este responsável entende que pode dar o seu contributo sobre o panorama do mercado de trabalho e o que é que as empresas precisam, numa lógica de ligação da universidade ao mundo laboral».
«Tenho um orgulho enorme em, modestamente, poder dar o meu contributo para continuar a elevar o nome da universidade e ajudar no que for possível», diz.
Em seu entender, a EEG «é um bom exemplo da ligação da academia ao mundo do trabalho e à sociedade civil», mas considera que é «um desafio constante» continuar a atrair jovens com talento e proporcionar-lhes uma formação que lhes acrescente valor quando forem para o mercado laboral.
O gestor considera que a EEG «tem acrescentado muito valor à vida académica e laboral de todo o país, formando pessoas que se destacam do ponto de vista humano e do ponto de vista académico».
Na sua opinião, é possível aferir a qualidade da formação que a escola proporciona aos seus alunos pelo número de governantes ali foram formados e pelos antigos estudantes que criaram as suas próprias empresas ou que estão em posições de destaque a nível nacional e internacional.
«Com este arrojo e com esta forma de ver o mundo, a UMinho permite que os ex-alunos tenham o orgulho e todo o gosto em retribuir o muito que a universidade lhes deu», afirma.
«Precisamos de uma Europa forte»
Gonçalo Lobo Xavier é membro do Comité Económico e Social Europeu (CESE) em representação da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), tendo sido nomeado para presidente do Grupo do Semestre Europeu e membro da mesa diretiva do órgão representativo da sociedade civil organizada, para o mandato 2025-2030, que começou esta semana em Bruxelas.
Em seu entender, «precisamos de uma Europa forte, de uma Europa competitiva e de uma Europa social». «Só teremos uma Europa social se tivermos empresas respeitáveis e competitivas que a sustentem», adverte.
Em declarações ao Diário do Minho, à margem da cerimónia inaugural do novo mandato, na capital belga, este responsável recorda que a União Europeia enfrenta desafios como a guerra na Ucrânia, que tem «impactado muito a vida dos europeus», e a necessidade de políticas de promoção do crescimento, de habitação com custos controlados e de apoios sociais.
«O maior desafio é o crescimento e a manutenção do chamado estilo de vida europeu, que está muito assente no apoio social, numa Europa que cuida dos jovens e dos mais velhos e de uma Europa que quer continuar a crescer», salienta.
Gonçalo Lobo Xavie explica que o Grupo I – Empregadores, do qual faz parte, espera «políticas que permitam que as empresas cresçam de forma estável e que haja previsibilidade nas regras, quer sejam fiscais ou ambientais».
Nessa perspetiva, argumenta, é fundamental que existam orientações que «permitam que as empresas sejam competitivas face a outras geografias, designadamente à Ásia e particularmente à China, e aos Estados Unidos, que são os nossos principais concorrentes, que muitas vezes usam armas de que nós não dispomos, e isso tem que ser analisado de forma fria, clara e competitiva».
* Em Bruxelas, a convite do CESE