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Economia de Braga pode beneficiar da estratégia europeia de Defesa

Economia de Braga pode beneficiar da estratégia europeia de Defesa
Fotografia DR

Luísa Teresa Ribeiro

Chefe de Redação

Publicado em 10 de outubro de 2025, às 18:45

Ricardo Rio é relator do parecer do Comité das Regiões sobre “Prontidão Europeia para a Defesa 2030”.

O relator do parecer do Comité das Regiões Europeu sobre a “Prontidão Europeia para a Defesa 2030”, Ricardo Rio, defende que Braga e a região Minho podem beneficiar da estratégia comunitária para este setor.

O relatório vai ser votado na manhã da próxima quarta-feira, na 168.ª sessão plenária do Comité das Regiões, que decorre em Bruxelas, ao mesmo tempo que se realiza a 23.ª Semana Europeia das Regiões e dos Municípios.

O vice-presidente do grupo do PPE no Comité da Regiões e presidente da Câmara Municipal de Braga explica que o documento, «do ponto de vista político, enfatiza o papel que as cidades e as regiões podem desempenhar num domínio que, até há pouco tempo, era visto quase exclusivamente como competência dos Estados». «Hoje, perante o contexto geopolítico que a Europa enfrenta, a Defesa deixou de ser uma questão distante e passou a ser uma prioridade transversal, que exige uma abordagem integrada e coordenada a vários níveis de governação», diz.

O autarca adianta que «este parecer defende uma aposta clara na indústria e na capacidade europeia em matéria de Segurança e Defesa», uma vez que «é essencial reforçar a autonomia estratégica da Europa, garantindo que os instrumentos de financiamento da União beneficiam diretamente a indústria europeia, fortalecendo as nossas cadeias de abastecimento e promovendo a inovação».

Nesse sentido, afirma, é proposto «elevar o nível de incorporação de produção europeia de 65% para 70%, assegurando uma preferência europeia clara, e defender que as aquisições conjuntas envolvam, pelo menos, dois Estados-Membros», sendo que estas medidas são «fundamentais para consolidar uma base industrial e tecnológica robusta e verdadeiramente europeia».

Em seu entender, «este posicionamento, além de ser relevante à escala continental, pode também representar uma oportunidade concreta para os territórios». «No caso de Braga e da nossa região, existe um ecossistema tecnológico e científico que pode integrar e beneficiar destas dinâmicas, através do desenvolvimento de clusters regionais ligados à Defesa, do reforço da inovação e da criação de emprego qualificado», declara.

Na sua opinião, Braga e a região têm «um potencial significativo». «A nossa base económica, fortemente ancorada em setores tecnológicos, no conhecimento científico e na capacidade empreendedora, pode posicionar-se para aproveitar oportunidades ligadas ao reforço da base industrial e tecnológica da Defesa europeia. Isto pode traduzir-se em novas parcerias, investimento em inovação, criação de emprego qualificado e diversificação económica, sempre num quadro de paz, segurança e desenvolvimento sustentável», vinca.

«Espero que este relatório contribua para uma visão europeia mais coesa e autónoma, onde as cidades e regiões são parte ativa da estratégia de Defesa comum, articulando Segurança, Inovação e Desenvolvimento económico», enfatiza.

Em termos pessoais, admite que o facto de ser relator de um dos temas mais importantes da política europeia da atualidade e de fazer parte da equipa de lançamento do Grupo de Trabalho sobre Defesa do Comité das Regiões é «naturalmente uma grande responsabilidade e também um sinal da confiança» que os colegas daquele órgão consultivo europeu depositam no trabalho que tem vindo a realizar em áreas tão diversas como o Desenvolvimento Sustentável e a Economia Social.