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AEB considera Orçamento de Estado 2026 «oportunidade perdida» para as empresas

AEB considera Orçamento  de Estado 2026 «oportunidade perdida» para as empresas
Fotografia DR

Redação

Publicado em 10 de outubro de 2025, às 17:46

Daniel Vilaça defende que «este orçamento não oferece um sinal claro de confiança às empresas»

A Associação Empresarial de Braga (AEB) considera que o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) é «uma oportunidade perdida para reforçar a competitividade da economia portuguesa e restaurar a confiança das empresas, revelando falta de ambição reformista e escassa sensibilidade às necessidades do tecido empresarial».

Em comunicado, a AEB- Câmara de Comércio e Indústria de Braga reconhece«o esforço de equilíbrio das contas públicas e a redução da taxa nominal de IRC em 1%», mas «entende que as medidas apresentadas são insuficientes para estimular o investimento, aliviar a carga fiscal e promover o crescimento económico sustentável, partilhando das preocupações manifestadas pela CIP e pela CCP»

«Este orçamento não oferece um sinal claro de confiança às empresas nem cria as condições necessárias para acelerar o crescimento económico. As medidas positivas são pontuais e ficam aquém do que é necessário para reforçar a competitividade e aliviar a pressão financeira sobre as PME», afirma Daniel Vilaça, Presidente da AEB.

A AEB considera preocupante o aumento de 4,5% da despesa total, num contexto em que as previsões de crescimento económico foram revistas em baixa. A ausência de medidas concretas de combate ao desperdício e de melhoria da eficiência da despesa pública limita a capacidade do Estado em criar espaço orçamental para políticas de estímulo à produtividade e ao investimento.

Considera também que «a atualização dos escalões de IRS em apenas 3,5% não assegura a neutralidade fiscal das atualizações salariais previstas para 2026, penalizando os rendimentos das famílias e diminuindo o poder de compra interno. Segundo a AEB, este desequilíbrio agrava o impacto da inflação sobre os salários líquidos e contraria o espírito do Acordo de Concertação Social, que previa uma atualização de 4,6%».

Sublinha ainda que o OE2026 falha na introdução de medidas essenciais

para o setor empresarial, designadamente: a redução das tributações autónomas, considerada indispensável para aliviar a tesouraria das empresas; a duplicação do limite para a taxa reduzida de IRC aplicável às PME, de 50 mil para 100 mil euros; e a criação de incentivos à capitalização e recapitalização empresarial, fundamentais para reforçar a solidez financeira e a capacidade de investimento.

Neste comunicado, a AEB reconhece, no entanto, alguns sinais positivos, como o reforço do investimento público em 6,8%, que eleva o seu peso no PIB de 3,3% para 3,4%, a manutenção do equilíbrio orçamental e a redução da dívida pública, fatores que contribuem para a estabilidade macroeconómica.

Valoriza também a suspensão da obrigatoriedade de entrega do ficheiro SAF-T e as disposições fiscais para viaturas híbridas plug-in, medidas que beneficiam setores com forte peso de mobilidade e logística.

A AEB defende que o Governo deve acelerar a execução dos programas Portugal 2030 e PRR, garantindo que os investimentos chegam efetivamente ao terreno e às empresas, e promover uma reforma estrutural do Estado, orientada para a eficiência, a digitalização e a simplificação administrativa.