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Tecnologia da UMinho promete revolução na segurança alimentar do peixe e marisco

Fotografia UMinho

Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2025, às 10:57

Dispositivos ajudam na segurança dos consumidores, evitando alergias e intoxicações alimentares.

Uma equipa de investigadores da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), liderada por José Pedro Rocha, criou um inovador (bio)sensor eletroquímico capaz de detetar e quantificar toxinas e alergénios presentes em peixe e frutos do mar. 

Este dispositivo revoluciona a forma como a indústria pesqueira realiza os seus testes de segurança alimentar, permitindo análises descentralizadas diretamente no local de produção, sem a necessidade de recorrer a laboratórios especializados.

Em Portugal, o consumo de peixe e marisco é uma tradição enraizada, dado os benefícios nutricionais destes alimentos, ricos em proteínas, ácidos gordos essenciais, vitaminas e minerais. Contudo, a sua ingestão pode representar riscos, como alergias e intoxicações alimentares. 

O novo sensor desenvolvido pela UMinho é o primeiro a ser capaz de identificar a toxina tetrodotoxina (TTX), um veneno extremamente perigoso, que é 100 vezes mais tóxico que o cianeto. Além disso, o dispositivo pode ser adaptado para a deteção de alergénios como a parvalbumina, a principal proteína alergénica presente em várias espécies de peixe.

Semelhante aos sensores utilizados no controlo da glicose em diabéticos, o novo (bio)sensor destaca-se pelo seu baixo custo, rapidez na análise e elevada portabilidade, tornando-se uma ferramenta prática para os operadores da indústria pesqueira. 

Esta tecnologia permite a realização de testes "in situ", ou seja, diretamente nas embarcações ou instalações de processamento, o que facilita a tomada de decisões imediatas. Em caso de deteção de toxinas ou alergénios, é possível interromper a captura em massa, prevenindo o desperdício alimentar e recursos.

Este avanço foi desenvolvido em colaboração com o Laboratório de Análises Químicas e de Biotecnologia (LAQV/REQUIMTE, Polo GRAQ) e a Faculdade de Química da Universidade de Vigo (Espanha). O dispositivo já está pronto para ser patenteado, representando um importante passo para a segurança alimentar no setor pesqueiro.