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AGERE na vanguarda das melhores práticas

AGERE na vanguarda das melhores práticas
Fotografia Avelino Lima

Rita Cunha

Jornalista

Publicado em 22 de novembro de 2024, às 15:07

Rui Sá Morais deixa a empresa ao fim de 11 anos e faz um balanço positivo do trabalho efetuado.

A AGERE - Empresa de Águas, Efluentes e Resíduos de Braga encontra-se hoje «na vanguarda das melhores práticas», tendo-se transformado «na empresa mais eficiente do país», considerou Rui Sá Morais, que deixa no final desta semana o Conselho de Administração com o sentimento de dever cumprido.

«Temos que estar satisfeitos por a nossa estratégia ter sido concretizada nestes 11 anos. Foram 11 anos em que a AGERE se transformou na empresa mais eficiente do país. Temos os tarifários mais reduzidos do país ao nível das capitais de distrito. Somos das mais eficientes. Em todos os rácios estamos sempre na vanguarda», disse, vincando aqui o trabalho dos colaboradores.

O responsável, que falava à margem do Encontro Nacional de Engenharia Sanitária e Ambiental, que decorre no Fórum Braga, não conseguiu destacar um projeto dos vários concretizaos, mas salientou o da contentorização como o que «deixou mais marca física» junto da população. Segundo Rui Sá Morais, este projeto «tem sido um ‘case study’ até a nível europeu». «Nós temos, mensalmente, sempre alguém visitar-nos em Braga para ver o sistema que não só é robusto, como os cidadãos aderiram, o que demonstra uma sintonia», referiu.

Menos visível, mas igualmente impactante, o gestor lembrou que o rácio de água não faturada, que já foi de 27%, passará a ser de 10% «nos próximos anos». «Hoje, um munícipe paga menos do que no momento em que nós entramos, em 2013. Onze anos depois, em que temos um somatório de aumentos de inflação e no nível de vida quase de 30%, um munícipe consegue pagar menos», recordou, como exemplo de «políticas que às vezes não são visíveis mas que têm reflexo na vida das pessoas». 

O arranque da construção da nova ETAR do Este, no valor de 30 milhões de euros, é o único projeto ainda não concretizado de tudo o que Rui Sá morais se propôs a concretizar na liderança dos destinos da Agere. Contudo, deixa tudo encaminhado, aguardando apenas “luz verde” por parte do Ministério do Ambiente para que as obras comecem.

Segundo o responsável, este foi o processo «mais burocrático» com o qual teve de lidar, o que acabou por ser «um entrave» ao avançar do processo. «Vários governos foram passando nestes 11 anos e existe sempre este discurso de desburocratizar tudo o que é a parte pública, mas infelizmente não temos visto um sentido um sentido prático dessa desburocratização e a ETAR é um dos grandes exemplos. Ultrapassamos questões importantes relacionadas, por exemplo, com o visto de Tribunal de Contas. Mas agora, por causa da replantação de sobreiros, já vem quase nove meses de interação entre ministérios», disse, acreditando que o arranque seja uma realidade ainda neste mês de novembro.

Apesar destes atrasos, o responsável garante que o processo está encaminhado. «Nós só precisamos que o Ministério do Ambiente nos diga para começarmos, que nós temos toda a capacidade de começar no dia seguinte. Portanto, está para breve», vincou.

Sobre a participação da Agere no Encontro Nacional de Engenharia Sanitária e Ambiental, Rui Sá Morais vincou a importância desta temática para a empresa. 

«A AGERE, desde sempre, teve um cuidado maior ao nível da abrangência e eficácia destas temáticas pois enveredamos na eficiência e, agora, na ligação à sustentabilidade. Temos aqui vários temas que serão abordados naquilo que se faz diariamente e muitos dos nossos collaboradores à frente de vários departamentos vão apresentar os seus ‘case studies’ numa lógica de partilha de conhecimento. Ao olhar para estas apresentações vemos que a Agere, nos últimos anos, está mesmo na vanguarda daquilo que são as melhores práticas (...). É gratificante perceber que fazemos sempre tão bem como os outros e que, neste momento, é raro encontrar quem faça melho do que a AGERE», disse.

Desafios do setor da água «são cada vez mais complexos»

Na sessão de abertura do 21.º Encontro de Engenharia Sanitária e Ambiental, que tem por tema “Transformação Tecnológica para a Sustentabilidade”, Lígia Pinto, presidente do Conselho Diretivo da APESB (Associação Portuguesa De Engenharia Sanitária E Ambiental) referiu-se aos desafios do setor da água que «têm sido complexos», sobretudo na atualidade, «pelo contexto em que estão a ser desenvolvidos», num cenário marcado por alterações climáticas, um contexto geopolítico em constante mutação, com escassez de mão de obra especializada, uma crescente urbanização do território, estruturas envelhecidas que carecem de renovação e falta de recursos.

A isto acresce a «necessidade» de um novo paradigma da conomia circular e uma «maior exigência» da sociedade no que respeita a qualidade dos serviços prestados, «o que implica uma alteração das práticas das entidades».

Este encontro decorre até amanhã.