O presidente do conselho de administração da empresa AOF e membro da direção da GECoRPA – Grémio do Património, disse ontem que a gtande dificuldade das empresas exercem atividade na fileira da reabilitação do edificado e da conservação do Património é a falta de colaboradores.
«Neste momento a nossa maior dificuldade é mesmo arranjar colaboradores que se interessem por estes tipos de trabalhos. Até há pouco tempo, a dificuldade era motivá-los. Agora, eles estão motivados, mas não os há», disse Filipe Ferreira falando à margem do Fórum do Património que decorreu durante todo o dia no Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa.
Ao DIário do Minho, Filipe Ferreira sustentou que, nos dias de hoje, as pesssoas querem trabalhos por videoconferência, em trabalho
à distância. «E esta vida é andar a trabalhar em fachadas, no interior de igrejas, às vezes está muito frio. Portanto, a nossa principal dificuldade é a falta de pessoas com interesse que queiram trabalhar», disse. Por outro lado, acrescentou, sendo estas empresas que trabalham com materiais muito específicos e argamassas tradicionais e não sendo de construção civil tal como a conhecemos, existe também o problema da formação. «Nós temos um problema, as pessoas não têm muito tempo para a formação profissional. Elas chegam ao fim do dia cansadas. Nós temos dado alguma formação, mas realizada em contexto de obra. É como antigamente, é pôr uma pessoa que está a começar a trabalhar ao lado do mestre. A melhor formação profissional que se pode dar a um trabalhador é pô-lo com a mão na massa. Ali também vemos se ele tem jeito, ou não», sustentou.
Para Filipe Ferreira, outra hipótese é a dos cursos profissionais, porque têm uma componente prática, por forma a que os formando aprendam e as entidades empregadoras percebam se é mesmo isso que os formandos pretendem. «Quando eu emprego pessoas, a primeira coisa que faço é pô-las a fazer vários tipos trabalhos para ver o que é que. elas gostam mais de fazer. E já tenho mudado as profissões de algumas porque percebo onde mais se enquadram», disse. Assim, Filipe Ferreira defendeu uma aposta na formação, e na valorização das carreiras nesta área, com melhores salários.