Um oásis no espaço europeu. Foi como o Arcebispo Metropolita de Braga caracterizou hoje dinâmica do escutismo católico na Arquidiocese.
«Nós somos a região do país com maior número de escuteiros. Essa é uma realidade que cria algum impacto. E quando estamos em outras realidades e dizemos que a Arquidiocese de Braga tem 234 Agrupamentos de Escuteiros e cerca de 14 mil escuteiros, as pessoas não acreditam, porque pensam que esta dedicação já não existe», disse D. José Cordeiro.
O Prelado bracarense, que falava na sessão oficial de abertura do Novo Ano Escutista na Região de Braga, confidenciou que esteve, recentemente, em Santiago de Compostela, Espanha, num encontro que reuniu vários bispos europeus, e que a força do escutismo em Braga causou perplexidade.
«Nesse encontro de um comité das Conferências Episcopais Europeias que tratam da Pastoral Universitária e da Pastoral Juvenil, quando falei da realidade de Braga e de Portugal nem queriam acreditar. Disse-lhes “vão ver”», referiu o Arcebispo Primaz das Espanhas, sublinhando que «nós somos, então, um oásis na Europa».
O Arcebispo de Braga destacou que a singularidade de Braga na dinâmica escutista «é também uma grande responsabilidade». É que embora sendo muitos os escuteiros na Arquidiocese, «todos somos poucos para responder às necessidades cada vez mais exigentes» do nosso tempo, que devem ser enfrentadas com «coragem da esperança» que inspira o lema do novo Ano Escustista, mas que é também um desafio a cada um.
«A todos os dirigentes e, em concreto, aos chefes de Núcleo da Região de Braga, líderes na evangelização, a vós que sois as mãos que constroem a esperança, recordo-vos que a vossa ação educativa terá sempre que conhecer os desafios deste tempo», sublinhou o Arcebispo Metropolita de Braga.
D. José Cordeiro destacou que cabe também a cada escuteiro a missão de «tornar fecunda a mensagem de Jesus Cristo, a qual ilumina e dá sabor às vidas concretas das crianças e dos jovens».
Acolher cada um como é e levar Jesus a todos
Para D. José Cordeiro, o novo desafio que se coloca aos escuteiros católicos reside em aceitar uma missão que se concretiza «acolhendo a cada pessoa na sua humanidade, que é sempre uma história única, entrelaçada de feridas e conquistas, fragilidades e talentos». Certo de que a humanidade atravessa «um tempo que é crítico», marcado pela necessidade de «mudanças rápidas» que, «por vezes, nos deixam baralhados e confundidos», o Arcebispo Metropolita de Braga apontou ao caminho da esperança.
«Jamais poderemos ceder à tentação de converter a proposta cristã em mãos de pedras doutrinárias, em moralismos e outras coisas que terminam em "ismo". A missão da Igreja é acolher todos como são, procurando ajudar a que se tornem ainda mais ao jeito de Jesus». Isto porque «é este grande sonho de levar Jesus a todos» que deve orientar quem assume tarefas de responsabilidade na Igreja», vincou D. José Cordeiro, notando que, «há, às vezes, alguns dirigentes, alguns padres, alguns assistentes, alguns agentes pastorais que têm muita dificuldade até em dizer isto “levar Jesus a todos”, porque ainda não estão convencidos nem interiorizaram essa ideia no seu coração».
Destacando que a celebração da abertura regional do Ano Escutista ocorreu na «icónica cidade de Guimarães», D. José Cordeiro evocou o refrão da Jornada Mundial da Juventude adotado por Guimarães - “A cidade-berço acolhe com o coração” - para sublinhar que «testemunha a todos quantos se cruzarem com os nossos escuteiros que o Corpo Nacional de Escutas oferece um estimado contributo para a construção da fraternidade, a defesa da liberdade e da dignidade de cada ser humano»