A partir do próximo ano, o voluntariado ao nível oncológico passará a ser hospitalar na Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga. Um grande passo quer para os doentes como famílias e profissionais de saúde ligados a esta área da saúde, já que, até à data, este voluntariado é comunitário, logo, menos qualificado.
Esta melhoria ao nível do voluntariado, entre outras, resulta de um protocolo hoje assinado entre o Conselho de Administração da ULS de Braga e a Delegação Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e que visa dar apoio aos doentes oncológicos e suas famílias, assim como aos profissionais de saúde na prossecução do seu trabalho.
Na ocasião, Fátima Soeiro, coordenadora da delegação de Braga da LPCC, agradeceu à ULS de Braga toda a parceria estabelecida ao longo dos anos, a qual fica agora «mais esclarecida» no protocolo assinado. «Nós só temos voluntariado comunitário e agora começa uma nova vida nossa com o voluntariado hospitalar», disse, salientando que, até à data, mais de cem voluntários já se inscreveram. Destes, serão selecionados os mais adequados ao perfil desejado, num número ainda a ser determinado pela ULS de Braga.
Haverá uma fase de recrutamento e de formação, que será contínua. Segundo Fátima Soeiro, trata-se de «um desafio» que implica uma «seleção difícil». A previsão é que este trabalho comece a funcionar em 2025.
Mas este protocolo vai além da qualificação do voluntariado na área oncológica, já que abre portas à prestação de apoio psicossocial aos utentes e familiares sinalizados pela ULS de Braga, na forma de acompanhamento gratuito, em consulta de Psico-Oncologia, e garante apoio a utentes em situação de carência económica e social e aconselhamento jurídico.
«O nosso trabalho vai ser ainda melhor tendo o hospital como facilitador», vincou a coordenadora da LPCC de Braga, dando nota de que irão ter início novas formações no âmbito do projeto “Cuidar de quem cuida”.