O grande projeto de reabilitação da sede do Instituto Monsenhor Airosa (IMA), em Braga, vai abrir o caminho à entrada da centenária Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) da Arquidiocese de Braga num novo domínio das respostas sociais à comunidade. Já em setembro, o IMA vai receber o primeiro utente externo no lar residencial, que até agora é exclusivamente destinado aos utentes institucionalizados, que entram ainda jovens e que acabam por viver toda a sua vida na casa fundada em 1869 pelo sacerdote bracarense João Pedro Ferreira Airosa. O acolhimento de pessoas idosas externas ao IMA está já acordado com o Centro Distrital de Braga da Segurança Social, disse ao Diário do Minho a presidente da instituição. «Neste momento, a estrutura Residencial para Idosos acolhe nove pessoas, todas da instituição. Já no dia 1 em setembro entrará uma senhora externa, que será o primeiro caso nos 155 anos de vida desta instituição», destacou Teresa Costa, que assume a presidência da Direção do Instituto Monsenhor Airosa desde fevereiro deste ano, por nomeação do Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro.
Falando à margem das comemorações dos 155 anos do IMA, que ontem juntaram ex-utentes, utentes, colaboradores, órgãos sociais e entidades municipais e diocesanas, Teresa Costa diz que o nono passo nas respostas à comunidade foi já validado pela Segurança Social, que protocolizou mais uma vaga na estrutura residencial. O IMA quer ir mais longe na resposta às solicitações crescentes da comunidade. «Esta é uma área em que estamos muito deficientes. Por isso gostaríamos de alargar a resposta aos idosos externos», acrescentou a responsável do Instituto Monsenhor Airosa, precisando que o propósito reside em «criar uma Estrutura Residencial para Idosos com capacidade para 32 pessoas». Teresa Costa tem consciência de que o investimento de milhões de euros não vai ser fácil, mas não esconde a determinação. «Vamos ver o que é possível fazer. Temos consciência de que esta é uma missão difícil, que exige a colaboração da Segurança Social, mas as obras de fundo que esta casa necessita vão ser realizadas e isso possibilita novas respostas à comunidade, que sentimos como sendo urgentes», destaca Teresa Costa. As “obras de fundo” que a sede do Instituto Monsenhor Airosa precisa estão a ser objeto do projeto arquitetónico. Trata-se de uma operação considera «fundamental», porque, atualmente, metade do espaço da casa está fechada por não reunir as condições de segurança.
«Praticamente metade da área desta casa não está operacional, não está funcionar com nada. Está fechada, porque existe o risco de queda, não há segurança para que possa ser utilizada», sublinha a responsável, antecipando que a operação de reabilitação não pode ser adiada por mais tempo, embora implique custos «muito elevados». A diretora do Instituto Monsenhor Airosa, que já tem experiência de gestão em IPSS, acredita que o importante «é ter os projetos prontos a avançar», mal surjam as oportunidades de formalizar as candidaturas aos muitos apoios públicos nacionais e europeus que estão a ser abertos diariamente.