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AEMinho considera redução de impostos sobre o trabalho «uma necessidade urgente»

Fotografia DM

Carla Esteves

Jornalista

Publicado em 03 de agosto de 2024, às 12:20

Líder da IL esteve reunido com a Associação Empresarial e defendeu também a descida do IRS para todos e do IRC.

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) defendeu esta sexta-feira que a revisão dos escalões do IRS e a descida efetiva dos impostos sobre o trabalho seriam as medidas que deixariam os empresários «otimistas face ao futuro orçamental». Ramiro Brito falava aos jornalistas no final de uma reunião com o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, e a sua comitiva, na sede daquela associação empresarial, em Braga.

«A redução de impostos sobre o trabalho e a reestruturação dos escalões do IRS, de maneira a que tivessem um reflexo na sociedade portuguesa, seria muito importante. Hoje em dia os escalões do IRS não são o reflexo da realidade da sociedade. Nós temos demasiados escalões para as classes sociais que, de facto, temos, e uma incidência fiscal muito grande nos rendimentos da classe média, que é aquela que tradicionalmente faz crescer uma comunidade, faz crescer um país», defendeu Ramiro Brito.

Para o presidente da AEMinho, «o momento da aprovação do Orçamento de Estado é sempre um momento de expetativa, em particular no quadro legislativo atual, pelo que é importante que «qualquer orçamento que venha a ser aprovado tenha em consideração a descida efetiva dos impostos sobre o trabalho e o estímulo à competitividade».

«Para nós a redução e impostos sobre o trabalho é uma necessidade urgente e efetiva, o repensar dos escalões do IRS que tenham um reflexo maior na realidade portuguesa, com uma aposta inequívoca na classe média, que é aquela que nos pode fazer crescer como país e como sociedade», argumentou. Considerando que «nós vivemos num país onde se penaliza muito o crescimento das empresas e isso é um fator de sub-desenvolvimento», o presidente da AEMinho afirmou que «é indispensável que o orçamento reflita medidas para contrariar essas tendências».

Segundo Ramiro Brito a redução de impostos sobre o trabalho e a reestruturação dos escalões do IRS são fundamentais para o passo seguinte: o aumento de salários. «O aumento de salários tem de resultar de dois fatores fundamentais: primeiro as empresas têm de conseguir ter excedentes para aumentar os salários. É uma questão matemática. E tal tem que ser acompanhado de uma redução fiscal sobre o rendimento das pessoas», argumentou, salientando que «os trabalhadores portugueses descontam a maior parte do seu rendimento para o Estado, o que faz com que as empresas paguem muito para os trabalhadores receberem pouco».

IL preocupada com «cedências do Governo ao PS»

Também em declarações aos jornalistas, o presidente da IL, Rui Rocha, voltou a defender a descida substancial do IRS para todos e não apenas para os jovens, e a redução do IRC, considerando que «atrasar a diminuição dos encargos para as empresas é atrasar o país». Rui Rocha manifestou também a sua preocupação com as alegadas «cedências» do Governo ao PS, deixando claro que o Orçamento do Estado para 2025 terá a oposição do seu partido se aproximar o país das políticas socialistas.

Em causa, para a IL, estão cedências em matérias essenciais, como precisamente o IRS jovem ou o IRC, que Rui Rocha considera determinantes para o crescimento do país. «Para que é que se mudou de Governo se é para implementar as mesmas políticas? Portanto, nós na Iniciativa Liberal estaremos cá para recordar a este Governo que foi eleito para mudar o país. Contará com a nossa crítica construtiva se o caminho for esse, contará com a nossa oposição se o caminho for o de aproximar o país ou de o manter mais próximo daquilo que eram as políticas do PS», alertou Rui Rocha.

A IL defende não apenas a redução do IRS para os jovens, mas uma descida generalizada e substancial do IRS, bem como a diminuição do IRC enquanto medidas para contribuir para o avanço do país.