O Asilo de S. José foi hoje palco de um verdadeiro encontro intergeracional, que reuniu avós, filhos e netos, numa calorosa celebração do IV Dia Mundial dos Avós e das Pessoas Idosas. O evento contribuiu para estreitar laços entre gerações e para sensibilizar para o cuidado, o carinho e o respeito para com os mais idosos, tendo por inspiração o lema “Na Velhice não me abandones”, com base na mensagem do Papa para esta IV edição.
Com o objetivo de refletir acerca desta mensagem do Papa Francisco, o encontro começou com uma mesa-redonda, moderada por Amândio Cruz, que contou com os testemunhos do padre José Manuel Lopes, diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais; de Ricardo Peixoto, professor na Faculdade e da irmã Eliete Nádia Feliciano, religiosa da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.Plantel ainda não está fechado.
Na sessão de abertura, o presidente da direção da instituição, José Luís Cunha, sustentou que foi em «boa hora que este dia foi instituído pelo Santo Padre». Lembrando que o Asilo de S. José tem 175 anos de vida e que nos seus estatutos sempre valorizou a relação entre o utente e os seus familiares, que é absolutamente fundamental para preservar e manter uma boa saúde mental e física dos utentes», o responsável sustentou que foi com esse espírito que os familiares foram convidados a participar nesta comemoração.
Na sua intervenção, o padre José Lopes procurou alertar para a «falta de memória da sociedade», lembrando que «temos muito a aprender com pessoas que deram tanto à sociedade».
«Infelizmente esta é uma sociedade utilitarista, em que se descarta aqueles que já lhe deram tanto, sem colocar em causa a dignidade humana», disse ao Diário do Minho, à margem da sessão.
Lembrando que «a dignidade humana existe até ao fim da vida, o diretor da Faculdade de Filosofia deixou o alerta para o esquecimento dos avós», lamentando as famílias que «arrumam» os seus idosos, numa sociedade em que «cada vez mais parece que só os bonitos, os ricos e os jovens têm direito à vida».
«Nós fizemos a Jornada Mundial da Juventude e agora temos que fazer a Jornada Mundial dos Avós e dos Idosos», deixou o repto.
O professor da Faculdade de Filosofia, Ricardo Peixoto, que desenvolveu uma tese sobre a relação entre avós e netos, centrou a sua mensagem na necessidade de dar continuidade à relação entre avós e netos mesmo quando os avós se encontram institucionalizados.
Para tal realçou a importância dos avós para o desenvolvimento dos netos, pela experiência que transmitem aos mais novos, e pelo seu contributo inestimável para as histórias e a História da família.
«A relação entre avós e netos costuma ser muito afetuosa e menos feita de regras, e mais livre neste sentido porque não há o peso das obrigações, da educação, por isso vencem os afetos», vincou.
Por seu turno, a irmã Eliete Nádia Feliciano, recorreu ao testemunho da fundadora da instituição, Irmã Maria Clara do Menino Jesus, para esclarecer o cuidado e a dedicação que os profissionais do Asilo de S. José dedicam aos seus utentes.
Denominada “Cuidar da Pessoa Idosa com a ternura e a Misericórdia de Deus”, a sua intervenção abordou o nascimento da congregação, no século XIX, tendo procurado, no seu tempo, atualizar este cuidado e acolhimento aos mais necessitados.
«É para nós uma responsabilidade e também uma atualização daquilo que foi a vida de Jesus Cristo, o primeiro que nos mostrou o rosto de Deus, esta ternura e esta misericórdia», argumentou.