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Docentes pedem que UMinho condene inequivocamente genocício na Faixa de Gaza

Docentes pedem que UMinho condene inequivocamente genocício na Faixa de Gaza
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 11 de junho de 2024, às 15:32

Oitenta e um professores e investigadores da Universidade do Minho (UMinho) instaram hoje os responsáveis máximos da academia a assumirem uma posição “pública e inequívoca” contra o “genocídio em curso” de palestinianos na Faixa de Gaza.

 

Em carta dirigida ao reitor e à presidente do Conselho Geral da UMinho, intitulada “Calar é consentir”, os subscritores reclamam ainda a suspensão de toda a cooperação com o Estado de Israel e com todas as empresas e instituições académicas israelitas que, de qualquer forma, contribuam para a ocupação, o terror e a violação grosseira do direito humanitário internacional.

Dizem que sentem “vergonha alheia do silêncio” dos responsáveis da UMinho, um silêncio que, acrescentam, contrasta com a celeridade e assertividade com que a academia condenou a invasão da Ucrânia.

Querem também que na UMinho de manifeste disponível para cooperar com as instituições de ensino, investigação e cultura palestinianas, como universidades, museus, escolas e bibliotecas, muitas já completamente destruídas.

Aquela cooperação deverá ser traduzida na preservação e reconstrução das instituições, assim como no acolhimento estudantes palestinianos que procurem refúgio na UMinho.

Os 81 professores e investigadores pedem também que a UMinho “não exiba, sob que pretexto for, em nenhum lugar dos campi nem em nenhuma cerimónia académica, a bandeira ou qualquer outra insígnia do agressor”.

“Não pactue com o muro de silêncio que insidiosamente se ergue sobre o genocídio, mas antes exerça toda a sua capacidade de influência para exigir um cessar-fogo imediato, incondicional e definitivo”, pedem ainda os signatários.

Consideram que é preciso reafirmar as universidades como “lugares de procura e liberdade, de dissenso e de saber, de tolerância, respeito pelo outro e defesa daquilo que nos faz humanos”.

Lembram que o terror progride em Gaza, com mais de 37 mil mortos, dos quais 20 mil crianças, e com 70% das estruturas civis destruídas, frisando que “a fome e a sede estão a ser usadas como “armas de guerra”.

Em resposta à Lusa, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, diz que a orientação política da instituição deve ser concertada com a posição oficial do Estado português e com o entendimento das associações de universidades nacionais e europeias de que faz parte.

“Entende também que a expressão de uma posição da universidade requer a mobilização dos principais órgãos de governo e de consulta da universidade”; acrescenta.

Por isso, a instituição “tem optado por manter as relações de trabalho com as universidades israelitas e palestinianas, posicionando-se como um parceiro que procura pontes de diálogo entre as partes no caminho para a paz na região”.

Rui Vieira de Castro diz ainda que tem acompanhado as diversas manifestações de preocupação que emergiram no seio da universidade, considerando que se trata de expressões solidárias e de protesto, por parte dos estudantes, professores e trabalhadores técnicos e administrativos, “que fazem sentido face à catástrofe humanitária vivida naquela região do globo e que não pode deixar ninguém indiferente”.