A venda já anunciada da unidade de Ovar da Bosch não representa um momento de diminuição das receitas da multinacional alemã em Portugal. A empresa garantiu que o grupo está a crescer, as estimativas são positivas, e a fábrica de Braga continua a ser essencial para a sua estratégia.
Segundo declarações publicadas pela Eco, a Bosch fechou o exercício de 2023 com uma faturação de 2,1 mil milhões de euros em Portugal, o que representa um crescimento de 1,7% face a 2022, e até ao final do ano passado empregava 7.000 pessoas no país.
A Bosch representa 1,7% das exportações do país e tem um impacto em cerca de 1% do PIB de Portugal.
A decisão por fechar a unidade de Ovar faz parte de uma estratégia global da Bosch, que pretende reestruturar a sua divisão Building Technologies para se focar no mercado de integração de sistemas, e vai alienar a maior parte do negócio de produtos.
Segundo Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal e diretor técnico da Bosch Car Multimedia, em Braga, o grupo definiu a mobilidade sustentável como uma das suas áreas de crescimento, com especial foco para a condução eletrificada e automatizada.
“Esta transformação terá o seu impacto no portefólio de produtos e, consequentemente, no negócio da unidade em Braga. A Bosch está a focar os seus esforços de desenvolvimento e produção de tecnologias essenciais para as necessidades atuais e futuras dos veículos, que irão contribuir para uma mobilidade mais segura, confortável e sustentável”, disse.
Segundo o responsável, a Bosch em Braga está a receber algumas dessas tecnologias e continuará a desempenhar um papel importante no futuro da mobilidade, tanto a nível de desenvolvimento como de produção.