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“Docinhos” promovem Santuário do Bom Jesus e dão continuidade ao projeto “Cinco Sentidos”

“Docinhos” promovem Santuário do Bom Jesus  e dão continuidade ao projeto “Cinco Sentidos”
Fotografia DM

Carla Esteves

Jornalista

Publicado em 26 de abril de 2024, às 14:58

É o segundo produto inspirado no Escadório dos Cinco Sentidos, depois do Perfume do Bom Jesus

A Confraria do Bom Jesus do Monte apresentou hoje os “Docinhos do Bom Jesus”, o segundo produto do projeto “Cinco Sentidos”, que visa contribuir para a promoção cultural, religiosa e turística do Santuário, que iniciou há pouco mais de um ano com a apresentação da fragância do Bom Jesus. O produto, que será comercializado na Casa das Estampas e nos Hotéis do Bom Jesus, é produzido artesanalmente pelas Monjas Trapistas, mestres confeiteiras, que nestes docinhos souberam realçar o sentido do paladar, bem expresso na quarta fonte do Escadório dos Cinco Sentidos, utilizando uma mistra de miolo de amêndoas, mel e laranja, fruto que abunda nos jardins do Bom Jesus.

O presidente da Confraria do Bom Jesus, cónego Mário Martins, explicou que os Docinhos são o segundo produto do projeto “Cinco Sentidos”, desta vez centrando-se no sentido do paladar, e dando continuidade à fragância do Bom Jesus, que enalteceu o sentido do olfato.

«Podemos afirmar que o Bom Jesus “nos sabe bem” porque, como refere o salmo 119 “a Palavra de Deus é mais doce que o mel para a nossa boca...», disse o presidente da Confraria.

Salientando que os Docinhos do Bom jesus vêm envolvidos por uma «bonita e graficamente bem conseguida embalagem, trabalhada em papel reciclado, que nos mantém no caminho da sustentabilidade», o cónego Mário Martins, referiu-se ainda ao texto que acompanha os docinhos na sua caixa e que remete para o facto destes doces nos lembrarem «o quanto Jesus é bom, e por isso, doce, interpelando-nos também a oferecer e a testemunhar essa docura na vida dos outros».

«Este projeto, baseado nos cinco sentidos, foi pensado para ser concretizado ao longo de três anos, esperando, proximamente, apresentar um novo produto associado a outro sentido», avançou.

Antes, o vice-presidente da Confraria do Bom Jesus, Varico Pereira, enaltecera já o facto de toda a conceção do doce ser da autoria das Monjas Trapistas, em virtude de uma parceria intermediada pelo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, tendo as religiosas concebido o produto, o design e negociado o preço do mesmo.

«Este produto não valoriza apenas o sentido do paladar, mas é também uma valorização dos recursos endógenos porque temos aqui a laranja do Bom Jesus, a amêndoa de Palaçoulo, o mel de Miranda do Douro e é também o continuar da estratégia que a Confraria delineou quando tomou posse neste mandato, que é concretizar os objetivos da Encíclica Laudato Si, valorizando os produtos endógenos e as maravilhas feitas de forma artesanal», disse.

Depois de revelar um pouco da História e da vocação da Congregação, que se rege pela Regra de São Bento, a criadora dos docinhos,  Irmã Annunziata, explicou que eles resultamprecisamente da utilização destes produtos frescos e da experimentação na cozinha, pois «não aprecia fazer sempre a mesma receita».   

A Irmã Ana Cecília, acrescentou que os docinhos têm um espírito comunitário, resultando do trabalho coletivo de todas as irmãs, incluindo a mais velha, com 86 anos.

Foi o próprio D. José Cordeiro quem revelou a forma como, por sua interceção, decorreu o processo de instalação da Congregação no Mosteiro Santa Maria Mãe da Igreja, em Miranda do Douro, onde se encontram em terrenos disponibilizados por 25 famílias.Mostrou também a sua satisfação por «a Braga, que é um lugar beneditino, chegar também agora uma presença beneditina».

Referindo-se em particular aos Docinhos do Bom Jesus, o Arcebispo de Braga felicitou a iniciativa da Confraria, argumentando que «a espiritualidade é o que de mais real possa existir».

«Muitas pessoas falam em espiritual como se não fosse real. Aqui está a prova», afirmou.

Por seu turno, o presidente da Câmara de Braga considerou esta iniciativa  como «fundamental para responder ao desafio de hoje de qualquer espaço, qualquer território ou ativo turístico, que consiste em conseguir reinventar-se a qualquer momento, e trazer alguma novidade à  interação com aqueles o visitam, sejam os residentes ou os milhares de turistas que todos os anos passam por aqui».

«É um desafio enorme e difícil de superar mesmo para um espaço como este que tem tanto para oferecer, mas é algo que é visto, na minha perspectiva, com muito bons olhos porque é um alento para as pessoas poderem usufruir ou enriquecer a sua experiência», disse.

Brincando com o facto de parecer «um contrasenso disponibilizar docinhos a quem vem aqui praticar atividade física no seu dia a dia», Ricardo Rio afirmou que o  produto pode ser encarados como «uma recompensa para quem já fez os escadórios do Bom Jesus ou pelo menos para quem precisa de alento para continuar para o Sameiro», enaltecendo ainda o espírito de partilha a que convida a caixinha dos docinhos, que tão bem combina com o Bom Jesus, «um local que não é para usufruir isoladamente».

«Olho agora com muita expectativa para aquilo que virá a seguir, neste fio criativo e inspirador do Perfume do Bom Jesus e dos Docinhos. Estou expectante para ver o que os próximos três sentidos nos trarão», afirmou.

Na sessão marcou presença também a Confraria BAFA (Bracara Augusta Fidelis et Antíqua), que levou a missão de dar a conhecer os Docinhos.