As cidades de Braga, Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Famalicão estão cada vez mais perto de beneficiar de um sistema integrado de transportes que abrangerá toda a área geográfica do Quadrilátero Urbano. A ideia, que vem sendo desenvolvida há vários anos, beneficiou da aprovação de uma candidatura no último quadro comunitário e encontra-se agora em fase de desenvolvimento, consistindo na harmonização ao nível de tarifários e numa bilhética devidamente integrada.
A informação foi avançada hoje pelo presidente da Câmara de Braga, à margem da mesa redonda que decorreu no Hotel Mercure, no âmbito do 2º Encontro Transnacional da Rede URBACT S.M.ALL realizado para revelar algumas das boas práticas dos municípios do Quadrilátero e debater soluções e modelos de mobilidade sustentável e inclusiva sobretudo nas deslocações casa-escola na Europa.
No final da mesa-redonda, em declarações aos jornalistas, Ricardo Rio abordou as vantagens que um sistema integrado deste género, na área geográfica do Quadtilátero poderia representar, em duas dimensões diferentes: uma dimensão, mais económica, que consiste na criação de um sistema mais harmonizado e integrado dos tarifário; e uma componente operacional, nomeadamente a bilhética, não fazendo sentido harmonizar tarifários se a bilhética não estiver devidamente integrada.
«Nós, no Quadrilátero, e ligando as duas comunidades intermunicipais já fomos desenvolvendo esse projeto e temos uma candidatura que foi aprovada no quadro anterior e que se encontra em fase de desenvolvimento. Espero que, dentro de algum tempo, possamos colocar em prática este sistema», afirmou.
Segundo o edil bracarense esta estratégia de mobilidade sustentável integrada no território envolveria os Transportes Urbanos de Braga (TUB), os transportes municipais de Barcelos, Famalicão e Guimarães, a Transdev (que é o operador de transportes da Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM Cávado) e os concessionários da Comunidade Intermunicipal do Ave- CIM Ave.
Um eventual alargamento deste sistema ao Alto Minho e ao distrito do Porto teria que ser feito de forma gradual, salvaguardando as questões contratuais pré-existentes.
«Eu considero, aliás, que este modelo de gestão dos transportes não é, porventura, o melhor e que dentro de curto prazo teremos que transmitir ao Governo que, porventura, faria muito mais sentido haver uma integração regional. Haver proximidade é muito útil, mas haver uma fragmentação tão grande dos sistemas de transporte e das concessões acaba por criar muitas dificuldades», defendeu, acrescentando que «seria vantajoso existir uma maior base de planeamento e de articulação do sistema de transportes, independentemente da diversidade de operadores que pudessem existir em cada um dos territórios».
Durante a sua intervenção no 2º Encontro Transnacional da Rede URBACT S.M.ALL Ricardo Rio afirmou que a sustentabilidade ao nível dos transportes exige «coragem e bom senso cívico».
«A situação atual é insustentável. Nós não podemos continuar a aumentar o número de viaturas. Todas as famílias têm um ou mais carros em função das suas dimensões e isso é incomportável do ponto de vista das infra-estruturas e ambiental e terão que ser criadas soluções que reduzam esta utilização massiva do automóvel, com estímulos para a utilização dos meios de transportes suaves e medidas desincentivadoras desta mesma utilização» , afirmou.
Durante a sessão foram também abordados , por parte de Ricardo Rio, exemplos de boas práticas que vêm sendo implementadas em Braga para dar resposta aos principais desafios nas deslocações casa-escola, sendo o grande objetivo da URBACT a criaçao de u, plano regional de mobilidade sustentável focado no transporte de crianças.