twitter

Braga protesta contra o racismo e pede leis e compromisso político

Braga protesta contra o racismo e pede leis e compromisso político
Fotografia DM

Carla Esteves

Jornalista

Publicado em 24 de fevereiro de 2024, às 19:19

Manifestação decorreu em oito cidades do país

Braga juntou-se hoje à tarde a sete outras cidades portuguesas que organizaram manifestações pacíficas contra o racismo, a xenofobia e o fascismo. A iniciativa, que contou com a participação de membros de 64 coletivos, que reclamam um país mais inclusivo e exigem legislação mais eficaz, decorreu no último dia antes do arranque do período oficial de campanha  para as eleições legislativas, precisamente para apelar aos partidos políticos que considerem a luta contra o racismo, a xenofobia e o fascismo nos seus programas.

Luís Nuno Barbosa, presidente da Civitas Braga Associação para a Defesa e Promoção dos Direitos dos Cidadãos, disse ao Diário do Minho que  o Grupo de Ação Conjunta Contra o racismo convocou manifestações em simultâneo em Braga, Coimbra, Faro, Guimarães, Lisboa, Portalegre, Porto e Viseu movido por valores como a liberdade, a igualdade e a defesa da democracia.

O responsável contou que a primeira ação do grupo teve lugar no dia 27 de janeiro, dia em que foi enviada uma carta aberta a várias entidades públicas, assinada por mais de 8 000 pessoas, pedindo que a Câmara Municipal de Lisboa proibisse uma manifestação de movimentos de extrema-direita.

«O grupo pretende agora dar continuidade à sua ação e juntou-se precisamente neste último dia antes da campanha eleitoral para chamar os partidos políticos e democráticos a incluirem o combate ao racismo nos seus programas», afirmou.

O presidente da Civitas Braga deixou o alerta para o «aumento do discurso racista e xenófobo em Portugal», recordando que há dois dias atrás junto à mesquita de Braga apareceram grafittis com mensagens de ódio contra a população islâmica, lançando entre esta comunidade um sentimento de medo.

Na manifestação participou também Rafael Pinto,  que encabeça a lista do PAN pelo círculo eleitoral de Braga, que realçou que o partido apresentou um voto de louvor na Assembleia Municipal de Braga a todos os mais de 10 mil imigrantes residentes na cidade. Lamentando que a percentagem dos crimes de ódio no nosso país tenha aumentado 38% no último ano, Rafael Pinto vincou que «ainda há muito para fazer nesta área».

Também Alexandra Vieira, do Bloco de Esquerda, vincou que o partido defende que «Portugal deve acolher e integrar todas as pessoas na sociedade, independentemente da sua origem, etnia e crença religiosa, o que implica reconhecer direitos para estas pessoas».