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Mortágua foi à Bosch defender lei para quem trabalha por turnos

Mortágua foi à Bosch defender lei para quem trabalha por turnos
Fotografia Avelino Lima

Carla Esteves

Jornalista

Publicado em 21 de fevereiro de 2024, às 17:52

Bloco de Esquerda quer melhores salários, descanso e reforma antecipada

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, afirmou hoje, após uma reunião com a Comissão de Trabalhadores da Bosch, em Braga, que o voto no seu partido servirá para criar uma lei direcionada para o trabalho por turnos, proporcionando aos 800 trabalhadores que trabalham por turnos em Portugal «uma remuneração condizente com a penosidade» deste horário laboral».

«Quando se fala de salário médio e como se olham os salários está aqui um exemplo: uma fábrica útil para a economia do país, que tem lucro, mas depois o salário base fica muito perto do salário mínimo nacional: 870 euros», afirmou, defendendo a aplicação de um subsídio por turnos.

Segundo a coordenadora do BE é ainda indispensável «garantir descanso, o que significa a cada mudança de turnos atribuir 24 horas de descanso, garantindo a cada seis semanas duas folgas ao fim de semana «porque as pessoas têm de ter tempo para estar com as suas famílias».

«O voto no Bloco serve para conseguirmos uma lei de turnos que respeite quem trabalha na Bosch e quem trabalha por turnos em Portugal», afirmou, acrescentando que «a força do Bloco vai permitir impor estas medidas».

Vincando que é com este programa que o BE se apresenta às eleições e este é o compromisso assumido com o país», Mortágua defendeu, além de medidas como o trabalho por turnos e o descansotambém a reforma antecipada para quem trabalhou por turnos toda a sua vida.

A candidata salientou que «estas são medidas possíveis em Portugal, perfeitamente comportáveis para as empresas, como é o caso da Bosch.

Bloco quer recuperar os dois deputados por Braga

Sobre a perda de dois deputados do Bloco por Braga, ocorrida nas últimas eleições legislativas,  a líder afirmou que as expetativas para estas eleições passam por «recuperá-los» .

«Aliás, a expetativa do Bloco é que, eleitas e eleitos, é ter força de votos e   essa força de votos serve para uma coisa: para conseguirmos uma lei de turnos para quem trabalha na Bosh e em Portugal, serve para aplicar um programa que temos vindo a traduzir, a explicar nas últimas semanas e que é um programa de respeito pelo trabalho, e que quer subir salários».

Referindo-se aos baixos salários praticados  em Portugal, Mariana Mortágua disse ainda que «não podemos viver num país que paga mil euros por trabalhos qualificados».