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Polícias da PSP tentaram entregar armas de serviço como forma de protesto

Polícias da PSP tentaram entregar armas de serviço como forma de protesto
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Francisco de Assis

Jornalista

Publicado em 03 de fevereiro de 2024, às 16:52

A PSP indicou na passada sexta-feira que polícias de vários comandos do país tentaram entregar as armas de serviço como forma de protesto e avançou que existe “um número de baixas médicas superior ao habitual” entre os agentes.

 

Num esclarecimento sobe as ações de protesto por parte dos polícias, a direção nacional da PSP dá conta que em determinadas subunidades de diferentes Comandos Territoriais de Polícia existiram “algumas situações em que polícias, ao entrar de serviço, solicitaram para entregar a sua arma de serviço”, mas “tais ações não foram concretizadas”.

“Atendendo ao plasmado no Estatuto Disciplinar da PSP, os polícias têm que observar as normas legais e regulamentares e as instruções de serviço emanadas pelos superiores hierárquicos, bem como tomar conta de quaisquer ocorrências integradas na esfera da sua competência e utilizar com prudência todos os bens e equipamentos que lhes forem distribuídos ou confiados no exercício das suas funções ou por causa delas, pelo que tais ações não foram concretizadas”, precisa a PSP.

A Polícia de Segurança Pública garante também que, “embora exista um número de baixas médicas superior ao habitual, tal facto não está a colocar em causa a normal prestação de trabalho desta força de segurança”, que continua a manter “elevada capacidade e prontidão operacional”.

Numa ação que surgiu nas redes sociais de apelo à entrega das armas, polícias de vários comandos do país da PSP, sobretudo em Braga e na esquadra do aeroporto de Lisboa, decidiram entregar as armas de serviço como forma de protesto, mas sem sucesso.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, disse à Lusa que os agentes tentaram fazer a entrega, mas não conseguiram porque os superiores hierárquicos não o permitiram por não existir fundamento para o efeito.

Fonte policial adiantou que, como os agentes não conseguiram entregar as armas de serviço, apresentaram baixas médicas.

Paulo Santos esclareceu que estas ações de protesto não estão a ser organizadas pelos sindicatos da PSP.

Na quinta-feira à noite, a plataforma que congrega 11 sindicatos da PSP e associações da GNR apelou aos elementos das forças de segurança para que não se deixassem “cair na tentação” e pedia para não “se exporem a riscos desnecessários” que coloquem “em crise aquilo que tanto demorou a construir”, referindo-se à união de todos os polícias.

“Num período em que os meios humanos e materiais são reduzidos e as responsabilidades cada vez maiores, os problemas psicológicos, tal como o stress, a exaustão e a intolerância, podem agudizar-se”, refere a plataforma, que na quarta-feira organizou no Porto a maior manifestação de sempre de elementos da PSP e da GNR, ao reunir cerca de 20 mil polícias.

Os elementos PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há mais de três semanas em protestos numa iniciativa de um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, que depois se alargou a todo o país.

 

 

Presidente da Câmara de Braga pede à PSP «razoabilidade» nas ações de luta

 

O presidente da Câmara Municipal de Braga pediu hoje às forças de Segurança, nomeadamente à PSP, «razoabilidade nas ações de protestos». O apelo de Ricardo Rio surge após notícias que dão conta da entrega de armas em esquadras do Comando Distrital de Braga, ficando os elementos sem condições de garantir a segurança das pessoas.

O autarca bracarense começou por considerar «justas e legítimas» as reivindicações das Forças de Segurança, nomeadamente na questão do subsídio equivalente ao atribuído à Polícia Judiciária. Contudo, pede bom senso nas ações de luta para não colocar em causa a segurança das populações. «Entendo que a entrega de armas já ultrapassa a razoabilidade», por causar sensação de insegurança.

Recorde-se que há informações que apontam para várias esquadras do Comando Distrital de Braga da PSP, praticamente inoperacionais, por falta de agentes de segurança