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Eurodeputados apontam Braga como exemplo na aplicação dos fundos da União Europeia

Eurodeputados apontam Braga como exemplo na aplicação dos fundos da União Europeia
Fotografia Avelino Lima

Carla Esteves

Jornalista

Publicado em 27 de janeiro de 2024, às 10:39

Grupo de Monitorização da Coesão do Partido Popular Europeu realizou missão em Braga.

O Grupo de Monitorização da Coesão do Partido Popular Europeu (PPE) considerou, ontem, que «Braga dá-nos bons exemplos em termos de aplicação dos fundos europeus». Os deputados do Parlamento Europeu que compõem este grupo realizaram, na quinta e sexta-feira, uma missão de monitorização em Braga, liderada pelo deputado europeu e relator para a Política de Coesão Andrey Novakov e pelos deputados portugueses ao Parlamento Europeu José Manuel Fernandes e Carlos Coelho, que demonstraram vários exemplos de sucesso da política de coesão na região norte, com destaque para o impacto na população e na economia local, em particular no distrito de Braga.

Foi precisamente o relator para a Política de Coesão, o eurodeputado búlgaro Andrey Novakov, o primeiro que, ontem, apontou Braga como «um bom exemplo de utilização dos fundos da União Europeia, tendo vindo a alcançar resultados positivos». «Acredito no potencial de Portugal e em especial no Norte de Portugal onde constato muitos investimentos», afirmou o eurodeputado, apontando Braga, cidade onde esteve pela segunda vez, como exemplo da utilização de fundos europeus, e felicitando o presidente da Câmara, Ricardo Rio, pelo trabalho desenvolvido.

Em complementaridade, o deputado ao Parlamento Europeu José Manuel Fernandes vincou a importância do envolvimento dos territórios para que a política de coesão cumpra os seus objetivos de coesão territorial, de competitividade e sustentabilidade e atenda às necessidades locais. «Nós precisamos de bons projetos e por isso tenho insistido muito na frase “gastar para investir”, sendo essencial que se utilizem bem estes recurso importantíssimos», disse, apelando a que se potencie o uso dos fundos, bem como as sinergias na nossa economia. «Fica aqui a defesa da coesão, o pedido de execução rápida e de avanço rápido para que haja sucesso na implementação da política de coesão», afirmou José Manuel Fernandes.

Também o deputado europeu Carlos Coelho afirmou que «Braga dá-nos bons exemplos na aplicação de fundos europeus», agradecendo a José Manuel Fernandes o facto desta missão ter tido lugar não apenas na região Norte, mas aqui em Braga. «Nós não precisamos apenas de sentir que temos razão. Precisamos de bons exemplos. Braga dá- -nos bons exemplos de aplicação de fundos europeus», afirmou, acrescentando que «precisamos também de bons exemplos ao nível nacional, isto é, uma mais alta taxa de execução nos fundos e a garantia da sua qualidade».

Carlos Coelho defendeu também a política de coesão e salientou que «o grande objetivo da monitorização é reduzir as assimetrias na Europa comunitária e é a essa receita de sucesso do projeto europeu». 

A missão de coesão em Braga contou também com a participação do presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio; do presidente da CCDR-N, António Cunha; e do presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho), Ricardo Costa, no debate “Fundos Europeus: Lições, Oportunidade e desafios”. Na sua intervenção, Ricardo Rio, defendeu que é importante acabar com a crescente dicotomia “rural-urbano” e tomar como exemplo a política de cooperação existente entre os membros da Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM Cávado).

Deixou também uma segunda nota acerca da necessidade de entrecruzar as várias áreas a que podem ser alocados os recurso financeiros europeus, privilegiando a dimensão da “inovação” para a concretização dos objetivos da sustentabilidade e da competitividade. 

Terminou, lamentando o facto do acesso às quantias do atual quadro comunitário ser ainda “irrisório” na maior parte dos Municípios, e deixando ao Estado Central uma crítica acerca da «inexistência de uma estratégia para o desenvolvimento do país».

Por seu turno, o presidente da CCDR-N, António Cunha, referiu-se em particular à questão da Educação, realçando que se em Portugal temos indicadores educativos ao nível da média europeia «isso é verdade até aos 24 anos , é praticamente verdade até aos 32 anos, mas não é nada verdade para a população acima dos 40 anos», sendo esta uma das áreas que mais preocupação deve merecer. 

Já o presidente da AEMinho, Ricardo Costa, chamou a atenção para o facto de persistirem ainda muitos objetivos básicos a alcançar, apontando as baixas taxas de execução no que respeita ao acesso à água e ao saneamento em muitas regiões. «Deixo o alerta para que os decisores, os atuais e aqueles que vierem a ser eleitos no dia 10 de março, tenham esta prioridade», vincou.

A missão incluiu ainda a visita a projetos financiados por fundos de coesão e promoveu o debate entre eurodeputados do PPE, autarcas, reitores, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), associações empresariais, de maneira a conhecer os desafios da política local e da política europeia.