O Grupo de Monitorização da Coesão do Partido Popular Europeu (PPE) considerou, ontem, que «Braga dá-nos bons exemplos em termos de aplicação dos fundos europeus». Os deputados do Parlamento Europeu que compõem este grupo realizaram, na quinta e sexta-feira, uma missão de monitorização em Braga, liderada pelo deputado europeu e relator para a Política de Coesão Andrey Novakov e pelos deputados portugueses ao Parlamento Europeu José Manuel Fernandes e Carlos Coelho, que demonstraram vários exemplos de sucesso da política de coesão na região norte, com destaque para o impacto na população e na economia local, em particular no distrito de Braga.
Foi precisamente o relator para a Política de Coesão, o eurodeputado búlgaro Andrey Novakov, o primeiro que, ontem, apontou Braga como «um bom exemplo de utilização dos fundos da União Europeia, tendo vindo a alcançar resultados positivos». «Acredito no potencial de Portugal e em especial no Norte de Portugal onde constato muitos investimentos», afirmou o eurodeputado, apontando Braga, cidade onde esteve pela segunda vez, como exemplo da utilização de fundos europeus, e felicitando o presidente da Câmara, Ricardo Rio, pelo trabalho desenvolvido.
Em complementaridade, o deputado ao Parlamento Europeu José Manuel Fernandes vincou a importância do envolvimento dos territórios para que a política de coesão cumpra os seus objetivos de coesão territorial, de competitividade e sustentabilidade e atenda às necessidades locais. «Nós precisamos de bons projetos e por isso tenho insistido muito na frase “gastar para investir”, sendo essencial que se utilizem bem estes recurso importantíssimos», disse, apelando a que se potencie o uso dos fundos, bem como as sinergias na nossa economia. «Fica aqui a defesa da coesão, o pedido de execução rápida e de avanço rápido para que haja sucesso na implementação da política de coesão», afirmou José Manuel Fernandes.
Também o deputado europeu Carlos Coelho afirmou que «Braga dá-nos bons exemplos na aplicação de fundos europeus», agradecendo a José Manuel Fernandes o facto desta missão ter tido lugar não apenas na região Norte, mas aqui em Braga. «Nós não precisamos apenas de sentir que temos razão. Precisamos de bons exemplos. Braga dá- -nos bons exemplos de aplicação de fundos europeus», afirmou, acrescentando que «precisamos também de bons exemplos ao nível nacional, isto é, uma mais alta taxa de execução nos fundos e a garantia da sua qualidade».
Carlos Coelho defendeu também a política de coesão e salientou que «o grande objetivo da monitorização é reduzir as assimetrias na Europa comunitária e é a essa receita de sucesso do projeto europeu».
A missão de coesão em Braga contou também com a participação do presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio; do presidente da CCDR-N, António Cunha; e do presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho), Ricardo Costa, no debate “Fundos Europeus: Lições, Oportunidade e desafios”. Na sua intervenção, Ricardo Rio, defendeu que é importante acabar com a crescente dicotomia “rural-urbano” e tomar como exemplo a política de cooperação existente entre os membros da Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM Cávado).
Deixou também uma segunda nota acerca da necessidade de entrecruzar as várias áreas a que podem ser alocados os recurso financeiros europeus, privilegiando a dimensão da “inovação” para a concretização dos objetivos da sustentabilidade e da competitividade.
Terminou, lamentando o facto do acesso às quantias do atual quadro comunitário ser ainda “irrisório” na maior parte dos Municípios, e deixando ao Estado Central uma crítica acerca da «inexistência de uma estratégia para o desenvolvimento do país».
Por seu turno, o presidente da CCDR-N, António Cunha, referiu-se em particular à questão da Educação, realçando que se em Portugal temos indicadores educativos ao nível da média europeia «isso é verdade até aos 24 anos , é praticamente verdade até aos 32 anos, mas não é nada verdade para a população acima dos 40 anos», sendo esta uma das áreas que mais preocupação deve merecer.
Já o presidente da AEMinho, Ricardo Costa, chamou a atenção para o facto de persistirem ainda muitos objetivos básicos a alcançar, apontando as baixas taxas de execução no que respeita ao acesso à água e ao saneamento em muitas regiões. «Deixo o alerta para que os decisores, os atuais e aqueles que vierem a ser eleitos no dia 10 de março, tenham esta prioridade», vincou.
A missão incluiu ainda a visita a projetos financiados por fundos de coesão e promoveu o debate entre eurodeputados do PPE, autarcas, reitores, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), associações empresariais, de maneira a conhecer os desafios da política local e da política europeia.