A fogueira de S. Vicente continua a ser um dos momentos mais marcantes da Romaria em Honra do Santo Mártir, que até ao dia 28 de janeiro decorre nesta paróquia central da cidade.
No domingo à noite a tradição voltou a cumprir-se e foram muitos vicentinos e os bracarenses em geral que se dirigiram ao adro da Igreja Paroquial de S. Vicente para assistir à fogueira e ao ritual da bênção do fogo. Rodeado de dezenas de pessoas, o pároco de S. Vicente, padre Rui Sousa, procedeu então à bênção, nuam cerimónia que recordou o terrível sofrimento a que foi submetido o Mártir S. Vicente, que segundo a história, foi queimado numa grelha de ferro incandescente, no ano 304, em Valência, sob as ordens do imperador Diocleciano.
Outrora a fogueira ardia durante a noite e o dia de festa para aquecer os romeiros do frio de Janeiro e era onde muitas pessoas das redondezas iam buscar brasas para os braseiros e fogões, mas atualmente são os bombeiros a apagar a fogueira durante a madrugada para garantir a segurança de pessoas e bens.
A noite ficou também marcada pelo convívio e reencontro de amigos, vizinhos e famílias, num retomar de tradições que se assumem ainda como a grande festa da comunidade vicentina.
Nessa noite oportunidade houve ainda para os devotos entrarem na Igreja, dirigindo-se ao altar de S. Vicente para pedir a sua proteção e bênção e oferecer a sua vela.
Presidente da Junta apela à mobilização em torno do padroeiro
O presidente da Junta de S. Vicente, Daniel Silva, apelou, hoje, ao envolvimento de todas as pessoas da freguesia na vida ativa da comunidade, incluindo nas festividades de S. Vicente.
«É importante continuar a passar o testemunho, zelar para que as tradições não se percam e sejam transmitidas aos mais novos», afirmou, defendendo que «é imprescindível cultivar uma noção de pertença e mobilizar os membros da comunidade em torno do seu padroeiro».
Realçando que «é impossível separar a criação administrativa da Junta de Freguesia da paróquia a que pertence, cujo património é um marco indiscutível», Daniel Silva destacou «as características distintivas desta festa com um caráter tão tradicional, e que se realiza em pleno centro urbano».
Para o autarca todas as instituições da freguesia devem trabalhar de braços dados para que estas tradições não se percam e para que as novas gerações, e todos aqueles que chegam à comunidade, possam envolver-se ativamente nas decisões.