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Eixo Atlântico está em Havana em busca de projetos de cooperação e interesses comuns

Eixo Atlântico está em Havana em busca de projetos de cooperação e interesses comuns
Fotografia DR

Francisco de Assis

Jornalista

Publicado em 19 de janeiro de 2024, às 09:23

Responsáveis do Eixo Atlântico querem ajudar a preparar Cuba para o pós embargo americano que dura há 50 anos

Os mais altos responsáveis do Eixo Atlântico reuniram-se, em Havana, com autoridades cubanas e instituições europeias para promover projetos conjuntos de cooperação para o desenvolvimento. O presidente, Ricardo Rio, e o secretário-geral, Xoán Vázquez Mao, retribuem, de certa forma, a visita que uma delegação da Oficina do Historiador de Havana, entidade responsável pela recuperação e restauração de Havana Velha, fez às cidades do Eixo Atlântico. Segundo informações do Eixo Atlântico e da Câmara de Braga, durante a visita oficial, a convite das autoridades cubanas, assinou o Eixo Atlântico assinou um protocolo de colaboração com a Oficina do Historiador para promover o intercâmbio entre as cidades do Eixo Atlântico e instituições de Havana. Assim, agenda de três dias incluiu reuniões com o Ministério do Comércio e Investimento Estrangeiro, a governadora de Havana, as autoridades locais de Havana Vieja (Havana Velha), entre outros dirigentes. Outro dos pontos da agenda dos responsáveis do Eixo Atlântico foi a visita da delegação a projectos financiados com fundos europeus na capital cubana. De referir ainda que  o programa incluiu reuniões com os embaixadores de Portugal e da Delegação da União Europeia em Cuba, José Pedro Vieira e Isabel Brilhante, respetivamente, e com o coordenador geral da Agência para a Cooperação Espanhola (AECID) em Cuba.

 

Origem da primeira Agenda Urbana Transfronteiriça do Mercosul

 As notas de imprensa do Eixo Atlântico e da Câmara de Braga lembram o projeto que o Eixo Atlântico lidera há três anos na fronteira entre o Brasil e o Uruguai, e que levou à criação da primeira Agenda Urbana Transfronteiriça do Mercosul, que tem sido referência na América Latina. Recordam, igualmente, que desta forma, países como Cuba ou Argentina propuseram associar-se ao Eixo Atlântico em projetos de cooperação para o desenvolvimento. Salientam ainda que, no caso de Cuba, com a qual existe um vínculo histórico especial para a Galiza, propõe-se um intercâmbio tanto no âmbito da contribuição para a recuperação de Havana Velha, como no desenvolvimento e nas ações nela contidas: sustentabilidade, mobilidade, descarbonização, economia e coesão social. De acordo com o também presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, este intercâmbio abre ainda portas ao estreitamento de laços no domínio das indústrias criativas, recordando que, em julho, Braga vai acolher o Encontro Mundial da Rede de Cidades Criativas da UNESCO. Uma oportunidade  também o estreitamento dos laços comerciais com empresas de diferentes sectores, procurando abrir portas para novos projectos de investimento em território Cubano de empresas de toda a região de Braga. A comitiva considera que o primeiro resultado desta viagem, foi a proposta de um programa de cooperação financiado por fundos da União Europeia e que será apresentado nos próximos meses à Comissão Europeia e à Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).

 

 

Eixo Atlântico deve apoiar Cuba junto da União Europeia

Entretanto, o Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular defendeu que a Galiza e o Norte de Portugal devem apoiar Cuba perante a União Europeia (UE). No comunicado, é  recordado que Cuba sofre há mais de 50 anos um bloqueio que afeta gravemente a sua economia e, portanto, os recursos necessários para a recuperação dos centros históricos ou para o desenvolvimento de políticas promovidas por organizações internacionais tão necessárias quanto caras. Durante o mandato de Barack Obama foram dados os primeiros passos para suspender o bloqueio paralelamente a uma abertura na esfera política por parte das autoridades cubanas. Os responsáveis do  Eixo enfatizam que, sob o mandato de Trump, viveu-se um retrocesso notável nesta área, mas a evolução da história indica que esta situação não deverá durar muito. Portanto, defende que o âmbito da colaboração estabelece a idoneidade de ir avançando políticas conjuntas de desenvolvimento que ajudem a preparar Cuba para enfrentar os desafios numa nova etapa, quando o bloqueio e os vetos forem levantados. «Galiza e o Norte de Portugal devem ser apoiantes de Cuba perante a União Europeia para promover o desenvolvimento social e económico. O elevado nível dos nossos investigadores e especialistas, e o avançado nível tecnológico das empresas do Norte de Portugal e da Galiza, garantido pelo seu elevado índice de exportação, constituem recursos de primeiro nível que devem ser envolvidos no desenvolvimento futuro de Cuba», afirmou Xoán Mao  secretário-geral desta organização transfronteiriça que junta 39 concelhos do Norte de Portugal e da Galiza, uma das mais dinâmicas da União Europeia.