A CDU realizou, ontem, no Laboratório da Paisagem, em Guimarães, a apresentação pública da lista de candidatos a deputados pelo círculo eleitoral de Braga às eleições legistaltivas de 10 de março. Encabeçada por Sandra Cardoso, a lista de 24 candidatos da coligação PCP-PEV integra 50% de delegados ou dirigentes sindicais e 46% de mulheres com o principal objetivo de reconquistar um lugar na Assembleia da República.
Depois de ter falhado a eleição nas duas últimas eleições legislativas, a CDU (PCP/PEV) quer voltar a ter um deputado eleito pelo distrito de Braga na Assembleia da República. Depois de Carla Cruz em 2019 e Torcato Ribeiro em 2021, a coligação aposta, agora, na professora Sandra Cardoso para cabeça de lista, confiando que a dirigente sindical e deputada na Assembleia Municipal de Braga, com 52 anos de idade, será capaz de garantir a sua presença no parlamento. A também dirigente da Organização Regional de Braga do PCP apelou, ontem, à mobilização de todos os militantes e simpatizantes «porque todos somos poucos nas ações de campanha e é urgente mudar de política», considerou.
Para reconquistar «um ou dois deputados» eleitos pelo círculo eleitoral de Braga para a Assembleia da República, a lista dos 24 candidatos da CDU tem como número dois a estudante vimaranense Inês Rodrigues, seguindo-se o contabilista Mario Figueiredo, a educadora de infância Tânia Silva, o operário Filipe Gomes e a funcionária judicial Carmo Cunha. Trata-se de uma lista «composta por homens, mulheres e jovens com profunda ligação à realidade do distrito e provadas dadas de trabalho em defesa dos interesses das populações e dos trabalhadores. Integram a lista pessoas com uma intensa intervenção no poder local democrático, em estruturas representativas dos trabalhadores, em associações de agricultores, em organizações específicas de defesa dos direitos das mulheres, no movimento associativo popular e cultural e em associações juvenis», ilustrou Torcato Ribeiro, mandatário distrital da candidatura.
Perante uma plateia de dezenas de militantes e simpatizantes, a cabeça de lista Sandra Cardoso sublinhou que «em Braga o paradigma dos baixos salários e desvalorização do trabalho prevalece» e «o povo não aguenta» a atual política «porque não ganha o suficiente com o seu trabalho ou a reforma para viver com dignidade», lembrando que o PCP já tinha proposto no parlamento que «o aumento de salários e reformas deve acontecer já, o salário mínimo deve aumentar para mil euros já em 2024». «Isto vai mal porque não há dinheiro no bolso de quem trabalha ou trabalhou uma vida toda. As pessoas não compram não é porque não precisam ou não querem, mas é porque não podem», sentenciou.
A dirigente da Organização Regional do PCP acredita que as pessoas percebem «a falta que um deputado por Braga da CDU faz no parlamento» e que a voz da coligação PCP-PEV «é fundamental para fazer avançar determinados projetos na região». Entre os 19 deputados eleitos por Braga nas legislativas de março «é urgente voltar a eleger deputados da CDU aqui pelo nosso distrito, porque é a única garantia que temos de voltar a dar voz à nossa região», concluiu.