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deputado do Partido Socialista (PS), Diogo Cunha, eleito pelo Círculo de Braga, incentivou, hoje, os jovens a participarem ativamente não apenas nos movimentos cívicos, mas também nas juventudes partidárias, reforçando que é preciso desmistificar o exercício do poder e transmitir às novas gerações que qualquer decisão que tomarem é efetivamente “política”. Esta mensagem central foi transmitida na Escola Secundária Carlos Amarante (ESCA) no âmbito do programa Parlamento dos Jovens.
Nesta primeira sessão marcaram presença os alunos que integram as 14 listas concorrentes ao ato eleitoral do Parlamento dos Jovens, que no caso concreto da ESCA são três listas do ensino básico e 11 do ensino secundário.
Nesta 29.ª edição o Parlamento dos Jovens apresenta como tema geral “Viver Abril na Educação: caminhos para uma escola plural e participativa”, associando-se assim à celebração dos 50 anos do 25 de Abril, e desafiando as novas gerações para o debate dos valores de Abril na educação.
À margem da sessão, Diogo Cunha disse ao Diário do Minho que «é preciso, de uma vez por todas, desmistificar as juventudes partidárias e a política», pois os jovens estão hoje muito mais disponíveis para participar em movimentos cívicos.
«É muito importante que os jovens se envolvam nas juventudes partidárias, sejam elas de que partido forem porque é necessário que haja pluralidade. Cada jovem tem que perceber que se quer mudar a sua rua, o seu bairro, a sua cidade tem que começar a implementar as suas ideias, que só podem ser implementadas através de quem está nos locais de decisão, devendo por isso envolver-se nos partidos e nas juventudes partidárias», argumentou.
O deputado realça que esta geração quer ver resultados rápidos, mas na política os resultados são a médio e longo prazo.
«Os jovens envolvem-se em movimentos cívicos, como Banco Alimentar Contra a Fome porque sentem que o seu contributo ali é visível, que ajudaram naquele dia. Mas na política a concretização não é tão imediata, e causa espaço de desmotivação, sendo preciso alimentar, de alguma forma, essa pretensão», afirmou.
Para Diogo Cunha não podem criar-se nos jovens falsas expetativas e promessas e é importante ser frontal quanto aos tempos de resolução para evitar frustrações.
Um dos veículos que o deputado do PS considera fundamentais para esta consciencialização política é precisamente o Parlamento dos Jovens, permitindo aos deputados revelar oseu trabalho.
«É muito positivo que haja 14 listas candidatas com propostas concretas para mudar, de alguma forma, o país», afirmou.
Lembrando que «muitos dos jovens presentes ou já têm ou já estão a fazer 18 anos, e já poderão votar nestas eleições», o deputado mais jovem do distrito de Braga, hoje com 32 anos, considera que é indispensável perceber quais são os motivos da fraca participação jovem nos atos eleitorais, encontrando formas de os atrair para a política com medidas concretas direcionadas para os jovens.
No arranque da sessão, a diretora do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante, Hortense Santos, evidenciou a importância do Parlamento dos Jovens, programa que o Agrupamento apoia anualmente.
«Já estive mais do que uma vez na Assembleia da República para a sessão final do Parlamento dos Jovens, o que bem demonstra o trabalho que tem sido feito a este nível com os nossos alunos», afirmou, acrescentando que um dos objetivos do agrupamento tem sido «levar os alunos a uma formação cada vez mais abrangente, favorecendo a cidadania, a participação cívica, no decorrer de uma formação diária».
O professor coordenador do Parlamento dos Jovens, Francisco Moreira Marinho, salientou que «não sendo um tema fácil há 14 listas a concorrerem ao Parlamento dos Jovens, o que bem demonstra o enraizamento que o programa tem na ESCA, merecendo em média a participação de 11 a 12 listas do secundário, e embora só existam na escola nove turmas do ensino básico, a participação ronda sempre três a quatro listas».
Após o deputado esclarecer o papel da Assembleia da República e o trabalho por ele desenvolvido, a sessão enveredou pelo tema deste ano.
Satisfeito com esta mobilização por parte dos alunos, o docente elogiou o tema de 2024, vincando que neste domínio têm sido desenvolvidas na escola várias ações quer no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, quer nas restantes disciplinas, no sentido de incentivar os jovens à participação ativa.
Os resultados têm sido visíveis, mesmo aquando das recentes eleições para a Associação de Estudantes, circunstância em que a participação dos alunos foi muito significativa.
«Não concordo que os jovens estejam de costas voltadas para a política. Tem sim que haver temas em que eles sejam “atores” decisivos e em que possam expressar as suas opiniões e propostas», avançou.