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Banco Alimentar de Braga recolheu mais de 150 toneladas de alimentos em três dias de campanha

Banco Alimentar de Braga recolheu mais de 150 toneladas de alimentos em três dias de campanha
Fotografia DM

Diana Carvalho

Jornalista

Publicado em 04 de dezembro de 2023, às 09:28

A campanha decorreu em 103 supermercados e mobilizou 2 50 voluntários, em todo o distrito.

A Campanha de Recolha de Alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome de Braga deste fim-de-semana terminou com um total de 154,6 toneladas de alimentos angariadas. Os alimentos recolhidos na campanha, que decorreu em 103 supermercados e mobilizou 2 50 voluntários, em todo o distrito, vão ser distribuídos a Instituições de Solidariedade Social, previamente seleccionadas e acompanhadas ao longo de todo o ano pelo Banco Alimentar de Braga.

Por concelhos, a maior fatia de alimentos foi angariada em Braga, com 57 518 toneladas recolhidas. Seguem-se Famalicão e Guimarães, que recolheram 23 574 e 22 110,5 toneladas de alimentos, respetivamente. A restante lista é composta pelos concelhos de Fafe (10 589 toneladas), Barcelos (9 823,5), Vila Verde (7 816), Esposende (7 787), Vizela (4 870), Póvoa de Lanhoso (2 989,5), Cabeceiras de Basto (2 987), Vieira do Minho (2 909), Celorico e Basto (971,5 kg) e Amares (680,5).

Em comunicado, o Banco Alimentar de Braga refere que "os doadores - cidadãos, entidades e empresas do distrito de Braga em particular - responderam com grande generosidade a estes apelos, com a doação de bens alimentares, tempo e serviços de apoio à logística, num período especialmente difícil: o agravamento das condições económicas e sociais tem-se feito sentir e coloca-nos desafios diários no esforço em chegar a todos quantos necessitam de apoio".

No primeiro semestre de 2023 foram já distribuídos, no distrito, através de 290 instituições, 763 400 kg de alimentos, que chegaram à mesa de 38 715 pessoas.

 

Quase 2 300 toneladas de alimentos recolhidas a nível nacional

A campanha do Banco Alimentar contra a Fome recolheu quase 2 300 toneladas de alimentos, a nível nacional, nos últimos três dias, mais 10% do que em igual período do ano passado, avançou esta segunda-feira a entidade.

Num comunicado, a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome (FPBACF) revelou que recolheu mais de 2 292 toneladas de géneros alimentares nos 21 bancos espalhados pelo país, em comparação com 2 098 toneladas na campanha de 2022. “A campanha correu muito bem. Tivemos muitos voluntários e uma grande adesão de quem foi às compras. Mais uma vez os portugueses mostraram uma grande solidariedade, seja através da doação de tempo quer seja de alimentos”, afirmou à Lusa a presidente da FPBACF, Isabel Jonet. Cerca de 40 mil voluntários tornaram possível a campanha que decorreu entre sexta-feira e domingo, sob o mote "A sua ajuda pode ser o que falta à mesa de uma família".

Isabel Jonet saudou o empenho dos voluntários, “pessoas muito diferentes que querem estar lado a lado a contribuir para uma mesma causa”. “Há muita malta jovem, escuteiros, guias, mas também escolas e empresas que promovem ações de voluntariado, mas também pessoas que aparecerem em nome individual”, disse, acrescentando que há “pessoas de todas as idades, convicções e até diferentes clubes de futebol”. Nos dois primeiros dias tinham sido recolhidas 1.555 toneladas de géneros alimentares.

A presidente do FPBACF lembrou que há cada vez mais gente a atravessar sérias dificuldades financeiras: “Quando as pessoas pedem ajuda para comer é quando já se esgotaram todos os outros pedidos de ajuda. Não é fácil pedir ajuda para comer”. “Existem cerca de dois milhões de pessoas que vivem com menos de 591 euros por mês”, sublinhou Isabel Jonet, lembrando que metade destas pessoas “vive com menos de 224 euros”.

No ano passado, 17% das pessoas em Portugal estavam em risco de pobreza (mais 0,6 pontos percentuais do que no ano passado), segundo dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística.

Além destes casos, identificados nas estatísticas, existem muitas outras situações, como “jovens casais com crianças”, que trabalham, têm rendimentos superiores, mas “não conseguem pagar as contas”, alertou Isabel Jonet, dando exemplos de famílias que “viram o empréstimo da casa aumentar quatro vezes”. “Nós vimos cair em situação de pobreza pessoas que nunca imaginaram estar nesta situação”, lamentou, explicando que há cada vez mais gente a usufruir do trabalho dos bancos alimentares.

Em regra, o Banco Alimentar promove duas campanhas por ano que se destinam a angariar alimentos básicos para pessoas carenciadas, como leite, arroz, massas, óleo, azeite, grão, feijão, atum, salsichas, bolachas e cereais de pequeno-almoço. Os bens entregues aos voluntários à saída dos supermercados foram encaminhados para os diversos armazéns do Banco Alimentar, onde são separados e acondicionados.

Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos, a partir desta semana, a 2 600 instituições de solidariedade social, que os entregam a cerca de 400 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.