O administrador executivo dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), Teotónio Santos, revelou que esta quinta-feira que serão adquiridos entre 10 e 12 autocarros, “elétricos ou a hidrogénio”, para o projeto do ‘metrobus’, mas a situação ainda não está fechada.
“Cada autocarro será articulado com cerca de 130 lugares. Estávamos a pensar colocar cinco a circular numa das linhas e três na outra, mantendo ainda dois de reserva. Mas, para manter um nível de frequência podem ser necessários mais autocarros, ou seja, cinco em cada linha e dois de reserva”, disse à Lusa, admitindo, porém, que o assunto ainda não está fechado.
As linhas previstas para Braga de ‘Bus Rapid Transit’ (BRT), vulgo ‘metrobus’, no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) são duas, sendo que uma fará a ligação entre a Estação de Comboios, a Universidade do Minho e o Hospital e a outra entre a Estação de Comboios e o centro comercial Minho Center.
Numa primeira fase foram estabelecidas quatro linhas, mas, “como o PRR não chega para tudo”, teve de se escolher as duas “com mais capacidade de captação”, afirmou o responsável, acrescentando que a rede terá uma extensão de 12,2 quilómetros.
O projeto terá um custo de 100 milhões de euros, financiados pelo PRR, e cabe aos TUB a responsabilidade de desenvolver, executar e operar ‘metrobus’.
Há dois anos, a maquia cobria a obra na sua totalidade, contudo, neste momento, o administrador dos TUB receia que “com duas guerras e a inflação” o dinheiro não chegue para as despesas.
O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, mostrou-se satisfeito com o futuro sistema de transportes e referiu que este “vai naturalmente concorrer com os transportes individuais”.
“O BRT vai ser muito impactante por várias ordens de razão. Ao contrário do que acontece para a esmagadora maioria dos percursos dos transportes urbanos, funciona predominantemente em via dedicada, o que garante uma outra fiabilidade que hoje os transportes não conseguem ter”, assinalou Ricardo Rio.
Acreditando que o BRT vai trazer uma “imagem renovada” a Braga, o autarca explicou que “há aqui uma dimensão de modernidade e de sofisticação”, que supostamente irá atrair mais pessoas para a cidade e para a utilização dos transportes públicos.
No entanto, Teotónio Santos reconheceu que apesar das duas linhas previstas serem importantes, não são suficientes para responder a toda a população que se desloca na cidade.
“Como é óbvio, o projeto é importante, mas também não podemos descurar o resto da rede regular, porque duas linhas não dão resposta a toda a gente. Uma boa parte dos cidadãos vai continuar a usar a rede regular dos transportes urbanos para se movimentar na cidade”, disse.
O acordo de parceria com a Estrutura de Missão Recuperar Portugal, que formalizará a entrada no PRR, “está na iminência de ser assinada”, divulgou o administrador dos TUB.