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Alunos da EB 2,3 de Celeirós criam obra que lembra monumentos “desaparecidos”

Alunos da EB 2,3 de Celeirós criam obra que lembra monumentos “desaparecidos”
Fotografia Avelino Lima

Rita Cunha

Jornalista

Publicado em 23 de novembro de 2023, às 09:46

Desenvolvido no âmbito do projeto Erasmus, denominado “Give Lost Places a Memory”.

A EB 2,3 de Celeirós inaugurou ontem uma obra de arte que dá a conhecer seis monumentos “desaparecidos” em seis cidades de quatro países diferentes. No caso de Braga, a escolha recaiu sobre o Convento de Nossa Senhora dos Remédios, o primeiro a existir na cidade de Braga, demolido em 1911, tendo ocupado todo quarteirão oriental do Largo Carlos Amarante, onde hoje fica o centro comercial de Santa Cruz.

Este cubo, que pode agora ser encontrado na entrada da escola, foi idealizado e elaborado por um grupo de alunos dos 8.º e 9.º anos, cerca de 40 no início e, na fase final, por pouco mais de 20. A maior parte já não frequenta aquele estabelecimento de ensino, estando já no ensino secundário, uma vez que o projeto arrancou em 2020.

Segundo explicou Jorge Cidade, professor de Geografia e coordenador do Projeto Erasmus, plano que esteve na origem deste intercâmbio, este projeto, denominado “Give lost places a memory”, decorreu ao longo de três anos, sendo esta obra de arte o produto final do trabalho realizado.

A par da escola de Braga, uma outra portuguesa, concretamente de Carregal do Sal (Viseu), duas espanholas, uma italiana a uma alemã fizeram as suas pesquisas no sentido de identificarem, nas respetivas cidades, lugares que foram “apagados” da história, tendo depois decidido quais ficariam representados e eternizados na obra. Para o professor, mais do que conhecer a história, há também a destacar a questão multicultural, ou seja, «perceber como é encarada esta vertente dos lugares perdidos nos diferentes países e o valor que dão a essas situações», tendo-se percecionado «algumas diferenças».

A diretora da EB 2,3 de Celeirós também destacou as «vivências únicas» que são proporcionadas aos alunos e famílias ao participarem num projeto como este. «Isto é algo que ficará sempre na memória deles. Para além das aprendizagens em si mesmo, que são muito importantes, há toda a situação da cidadania, da partilha, a cultura e a língua, porque foram obrigados a trabalhar em inglês. Há todo um conjunto de competências muito alargadas trabalhadas nestes projetos. É muito enriquecedor para a escola no seu todo, mas sobretudo para os alunos, que são os principais atores», vincou Célia Simões. A diretora referiu ainda que, no caso de muitos dos alunos participantes, esta foi a oportunidade de saírem do país e andarem pela primeira vez de avião.

Também presente na inauguração desta obra de arte esteve a vereadora da Educação da Câmara Municipal de Braga que deu nota de uma cidade «cada vez mais multicultural», sendo estes projetos «uma forma de conhecerem as culturas uns dos outros», para além da preservação da memória imaterial do património. «É importante que conheçam a história do sítio onde residem ou nasceram. Por isso devemos cada vez mais apadrinhar este tipo de iniciativas que são a forma que a escola tem de lhes dar as competências que o mundo nos proporciona», disse Carla Sepúlveda.