A Escola Superior de Enfermagem (ESE) da Universidade do Minho celebrou ontem 111 anos, com uma cerimónia onde recordou o passado, vincou o presente e idealizou o próprio futuro. O momento contou com música, homenagens e muitos discursos de parabenização.
A partir das 10h00, o auditório B1 do campus de Gualtar da UMinho encheu-se com docentes, funcionários, alunos e entidades que quiseram marcar o 111.º aniversário da ESE. A abertura da cerimónia foi feita pela aluna da escola Gabriela Costa Araújo, que proporcionou aos presentes um momento musical.
A vice-presidente da ESE, Paula Encarnação, recordou aos presentes que a ESE foi criada em 1912 e que se desenvolveu como «uma unidade orgânica de ensino e investigação». «Ao celebrarmos o seu 111.º aniversário, gostaríamos de recordar os que por ela passaram, bem como aqueles que foram formados pela ESE e que agora se encontram emigrados a trabalhar como enfermeiros».
O primeiro caso foi o do enfermeiro Filipe Dias, que discursou na cerimónia em representação dos alunos que concluíram o curso no ano letivo 2022/23. «Esta casa já passou por muito, sendo caraterizada pela resiliência e espírito coletivo de abraçar desafios e ultrapassá-los em conjunto. Sermos um. Sermos ESE», começou por referir o agora profissional.
Durante a sua contribuição, Filipe Dias afirmou ainda que «a enfermagem é inegavelmente uma das profissões mais essenciais da saúde» e que os enfermeiros desempenham um papel crucial na jornada das pessoas». Por isso, sublinhou a importância de valorizar a profissão. «Valorizar a profissão de enfermagem significa reconhecer a experiência, o comprometimento e o impacto positivo que os enfermeiros têm na vida das pessoas. Isso inclui uma remuneração justa, oportunidades de desenvolvimento, descongelamento de carreiras e sobretudo condições de trabalho adequadas», assegurou o enfermeiro, antes de acrescentar: «Cuidem de nós para que nós possamos cuidar de vós. Juntos, podemos construir um sistema de saúde mais eficaz e humano».
O segundo caso é o de Adriana Cunha e Pedro Mendes, atuais enfermeiros no Reino Unido e ex-estudantes da ESE UMinho.
A presidente da Associação de Estudantes da ESE, Francisca Felgueiras, destacou a escola «pela sua qualidade e abrangência», mas elencou ainda alguns desafios que os alunos vivem no dia a dia. «Se esta escola, com falta de recursos, com falta de uma infraestrutura adequada e com campo de estágios que proporciona a dificuldade da deslocação de estudantes mantém o nível de excelência no seu ensino, o que poderia fazer se tivesse na mão todas estas questões solucionadas?», mencionou a estudante.
A presidente da ESE, Esperança do Gago, não quis também deixar algumas palavras por dizer. «Os enfermeiros são uma parte essencial da equipa de saúde e desempenham um papel fundamental na promoção da saúde e no atendimento aos cidadãos. A ESE tem um papel fundamental na formação de enfermeiros, destacando-se como uma instituição que promove o pensamento crítico a inovação na formação de profissionais de enfermagem», concluiu.
Por fim, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, frisou que este número a ser celebrado é «extraordinário». «É sempre bom que nestas ocasiões sejamos capazes de olhar retrospetivamente e prestar os tributos que devemos prestar a quem teve responsabilidades na conformação da realidade que é a nossa realidade de hoje», comentou, antes de agradecer o trabalho realizado por toda a comunidade da ESE.
A cerimónia contou ainda com as homenagens a Alda Pacheco, primeira presidente da ESE, e a Abel Gonçalves, que trabalhou na escola desde o dia 6 de maio de 1987, e a conferência temática “Investigação Clínica, Envolvimento da Academia e Instituições de Saúde”, por Pedro Guimarães Cunha, coordenador do Centro Académico e de Formação no Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães. Foi ainda entregue o Prémio Almedina 2022/23 a Ana Raquel Terroso Queirós.