Em declarações aos jornalistas no final da reunião quinzenal do executivo, Ricardo Rio adiantou que já tem “um valor na cabeça”, mas escusou-se a revelar qual, dizendo apenas que é superior a 15 milhões de euros.
“Nós pedimos objetivamente uma avaliação aos nossos serviços para tentar perceber qual seria o valor razoável pelo qual o estádio poderia ser negociado (…) e é isso que está a ser feito, os nossos serviços estão a fazer essa estimativa. E depois, quando tivermos um valor em cima da mesa, iremos sentar-nos com a administração da SAD e com os sócios [do Braga] para ver se é viável ou não a operação”, referiu.
A venda do estádio consta do programa eleitoral apresentado por Ricardo Rio em 2021 e, segundo o autarca, “mais recentemente, essa possibilidade ganhou alguma força, em diálogos que tem havido com a administração da SAD e com os sócios da SAD, que admitem a possibilidade de poder levar este negócio para a frente no futuro próximo”.
Ricardo Rio lembrou que hoje há necessidade de “fazer várias correções no estádio municipal” e que a câmara já disse que não faria ali mais investimento nenhum.
“O Braga, para corrigir essas patologias e para tornar o estádio mais confortável, mais acessível, mais moderno, tem que fazer investimentos e só faz sentido fazer esses investimentos se o estádio for propriedade sua”, acrescentou.
O autarca descartou a hipótese de a venda ser feita sem qualquer contrapartida para o município.
“Neste caso concreto, é preciso pensar que, em primeiro lugar, a Câmara de Braga ainda tem dívida inerente à construção do estádio. Nós estamos prestes a liquidar o último dos empréstimos, mas mais recentemente tivemos de contratar alguma dívida adicional para pagar ao arquiteto e para pagar aos empreiteiros por causa dos trabalhos a mais. E, a juntar a isso, há, na minha perspetiva, um valor que tem de ser superior a essa mesma dívida, porque ela hoje já é relativamente diminuta”, disse ainda o autarca.
Para Ricardo Rio, a venda “só avançará se for feita neste mandato, porque há um ‘timing’ próprio também para o plano de investimentos que o Sporting de Braga quer concretizar”.
“Se não chegarmos a entendimento nos próximos meses, seguramente que esse processo vai abortar”, rematou.
O Estádio do Braga, projetado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura, foi construído para acolher jogos do Euro 2004, tendo custado cerca de 200 milhões de euros.
O Sporting de Braga paga 500 euros de renda mensal pela utilização do estádio.