A Escola Superior de Enfermagem (ESE) da Universidade do Minho organiza a 16 e 17 de outubro o congresso internacional “Serious Games & Emotional Competence in Higher Education”, que vai juntar 250 participantes de dez países no auditório B1 do campus de Gualtar, em Braga. A iniciativa conclui o projeto europeu homónimo liderado pela professora Lisa Gomes, da ESE, que resultou num curso inovador de competência emocional e num jogo de realidade virtual para desenvolver competências emocionais nos estudantes de enfermagem.
A conceção deste jogo de realidade virtual é do género "escape room". O jogador entra numa casa, vê uma jovem inanimada no chão e vai obtendo pistas para saber o que sucedeu e aceder a outros espaços. De forma subtil, vão sendo testadas as emoções, como medo, alegria, nojo e tristeza do jogador, cujas reações corporais vão sendo avaliadas por um docente.
O objetivo principal do jogo é cativar pelas novas tecnologias os alunos e também os profissionais, tornando-os mais resilientes na sua prática clínica e estimulando os melhores cuidados em contextos múltiplos e exigentes, explica Lisa Gomes. O jogo virtual como instrumento pedagógico do Curso de Competência Emocional preenche também a lacuna de cursos de Enfermagem nacionais e internacionais que enfatizavam a proficiência técnica, negligenciando o desenvolvimento crítico da inteligência emocional dos estudantes.
O projeto pioneiro foi elaborado pelas universidades do Minho, Génova (Itália), León (Espanha), Malta (Malta), Suceava (Roménia) e pelo Politécnico de Bragança (IPB), juntando desde 2020 mais de vinte peritos de saúde, educação, ciências sociais, psicologia, informática e engenharia. Este consórcio “Serious Games for Nursing Students” foi financiado com 207 mil euros do Programa Erasmus+, resultando ainda num workshop para capacitar os docentes e num Curso de Competência Emocional, com 30 horas de casos clínicos, prática simulada e realidade virtual.
O congresso que se realiza a 16 e 17 de outubro conta ainda com 20 oradores de países como Chile, EUA, Suíça e Países Baixos, bem como 24 comunicações livres, afirmando a partilha e a discussão da investigação nesta área.