twitter

Sindicatos pedem na rua reforço do SNS para todos

Sindicatos pedem na rua reforço do SNS para todos
Fotografia Avelino Lima

Rui de Lemos

Jornalista

Publicado em 17 de setembro de 2023, às 15:25

Manifestação reclamou SNS universal, gratuíto e de qualidade

  Dezenas de trabalhadores e sindicalistas afetos à CGTP-IN juntaram-se, ontem, em Braga, à Jornada Nacional de Defesa e Reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) Público, Universal e Gratuíto. Na manifestação pública, o dirigente da União de Sindicatos de Braga, Joaquim Daniel condenou a política que «favorece a fonte de negócio e o lucro» e exigiu «serviços de saúde céleres e de qualidade para todos».

 «Estamos aqui a saudar todos os trabalhadores e utentes que lutam pelo nosso SNS e não se resignam ao encerramento do centro de saúde, não aceitam a redução de valências do hospital, não se acomodam a aguardar cirurgias ou a esperar por consulta de especialidade, com tempos de espera que, muitas vezes, ultrapassam todas as recomendações», suportou o dirigente da União dos Sindicatos do Distrito de Braga (USB) perante os trabalhadores e cidadãos que, ontem, começaram por se concentrar na Praça da República e desfilaram até ao Largo Paulo Orósio, onde se situa a Direção Regional de Saúde.

O desfile de protesto saiu às ruas de Braga, tal como em outros locais do país, no âmbito da Jornada Nacional de Defesa e Reforço do Serviço Nacional de Saúde promovida pela CGTP-IN e serviu para condenar «uma ação do governo PS cada vez mais empresarial, que impõe restrições crescentes, que conduz à situação de 1,6 milhões dos que trabalham não terem médico de família e que 28,6% da despesa em saúde tenha que ser assumida pelos utentes, com um número crescente a não aceder a cuidados, enquanto se contrata cada vez mais privados».

«Assistimos a uma feroz concorrência para fazer da doença um negócio altamente lucrativo, com o qual o Governo é complacente», considerou e condenou Joaquim Daniel.

Constantes desregulações nos horários de trabalho, recurso a trabalhadores precários, inexistência de uma carreira única para cada setor profissional aplicável a todos os trabalhadores do setor e falta de condições de trabalho foram também alguns dos motivos apontados por Helena Peixoto, dirigente Sindical do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, para sair à rua.

«A perspetiva economicista da saúde não podecontinuar», reafirmou Raquel Gallego, da direção regional do Minho do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses,  reclamando a «valorização enconómica do trabalho» e a capacitação dos serviços do SNS.

«O SNS deve permanecer como um serviço integralmente público, exclusivamente constituído por entidades e serviços prestadores de cuidados de saúde públicos, não se confundindo com entidades e empresas privadas ou de caráter social, que lhe são externas, como tantas vezes acontece em proveito do negócio e não das pessoas, sobretudo as de menos recursos», complementou e concluiu Joaquim Daniel.