Dezenas de trabalhadores e sindicalistas afetos à CGTP-IN juntaram-se, ontem, em Braga, à Jornada Nacional de Defesa e Reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) Público, Universal e Gratuíto. Na manifestação pública, o dirigente da União de Sindicatos de Braga, Joaquim Daniel condenou a política que «favorece a fonte de negócio e o lucro» e exigiu «serviços de saúde céleres e de qualidade para todos».
«Estamos aqui a saudar todos os trabalhadores e utentes que lutam pelo nosso SNS e não se resignam ao encerramento do centro de saúde, não aceitam a redução de valências do hospital, não se acomodam a aguardar cirurgias ou a esperar por consulta de especialidade, com tempos de espera que, muitas vezes, ultrapassam todas as recomendações», suportou o dirigente da União dos Sindicatos do Distrito de Braga (USB) perante os trabalhadores e cidadãos que, ontem, começaram por se concentrar na Praça da República e desfilaram até ao Largo Paulo Orósio, onde se situa a Direção Regional de Saúde.
O desfile de protesto saiu às ruas de Braga, tal como em outros locais do país, no âmbito da Jornada Nacional de Defesa e Reforço do Serviço Nacional de Saúde promovida pela CGTP-IN e serviu para condenar «uma ação do governo PS cada vez mais empresarial, que impõe restrições crescentes, que conduz à situação de 1,6 milhões dos que trabalham não terem médico de família e que 28,6% da despesa em saúde tenha que ser assumida pelos utentes, com um número crescente a não aceder a cuidados, enquanto se contrata cada vez mais privados».
«Assistimos a uma feroz concorrência para fazer da doença um negócio altamente lucrativo, com o qual o Governo é complacente», considerou e condenou Joaquim Daniel.
Constantes desregulações nos horários de trabalho, recurso a trabalhadores precários, inexistência de uma carreira única para cada setor profissional aplicável a todos os trabalhadores do setor e falta de condições de trabalho foram também alguns dos motivos apontados por Helena Peixoto, dirigente Sindical do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, para sair à rua.
«A perspetiva economicista da saúde não podecontinuar», reafirmou Raquel Gallego, da direção regional do Minho do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, reclamando a «valorização enconómica do trabalho» e a capacitação dos serviços do SNS.
«O SNS deve permanecer como um serviço integralmente público, exclusivamente constituído por entidades e serviços prestadores de cuidados de saúde públicos, não se confundindo com entidades e empresas privadas ou de caráter social, que lhe são externas, como tantas vezes acontece em proveito do negócio e não das pessoas, sobretudo as de menos recursos», complementou e concluiu Joaquim Daniel.