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Combate ao cancro da pele tem de ser com aposta na prevenção conveniente feito

Combate ao cancro da pele tem de ser com aposta na prevenção conveniente feito
Fotografia DM

Publicado em 18 de maio de 2023, às 08:53

Hospital de Braga assinalou dia do Euromelanoma com rastreios gratuitos

O Hospital de Braga assinalou ontem o Dia do Euromelanoma com a realização de rastreios gratuitos e centrando a mensagem que o melhor combate ao cancro da pele é a prevenção primária conveniente.

Segundo a diretora do Serviço de Dermatologia do Hospital de Braga, esta prevenção tem que ser feita por todos, e não apenas por aqueles que, por exemplo, vão à praia. Na verdade, todos aqueles que trabalham ao ar livre, como trabalhadores da construção civil ou os agricultores, para além do protetor solar, devem adotar uma proteção conveniente. «E uma proteção conveniente é uma roupa mais grossa. Independentemente de ter o protetor solar, utilizar uma roupa mais espessa. Ter sempre o nível dos ombros protegidos porque a zona dos ombras é a que mais queima. Onde é que as pessoas queimam muito? É na zona do pescoço e na parte de trás. Isto acontece muito a quem trabalha no campo, aos trabalhadores da construção civil, àque- les que trabalham nas estradas. Há imensos escaldões nestas pessoas que, no verão, estão a colocar o alcatrão. Sofrem duplamento com o calor que emana do alcatrão e o calor solar. Há muito cancro nestas pessoas, muitas vezes pessoas jovens», disse Celeste Brito.

A diretora do Serviço de Dermatologia do Hospital de Braga sublinha que é em contexto de trabalho que surge o maior número de cancro de pele. Os golpes de calor, explicou, são dos principais causadores do melanoma. As queimaduras sofridas na infância e a genética são fatores de risco. «Agora, quando é profissional, as pessoas esquecem-se muito. Atualmente, ainda bem que já é proibido aos trabalhadores da construção civil trabalharem sem camisola. Vestidos é uma proteção maior que têm em relação a calor contínuo, que dão um outro tipo de cancro, que são os cancerínomas, nomeadamente os espinocelulares que têm uma metastização muito grande», explicou.

A médica realçou ainda para a necessidade das pessoas, numa atitude preventiva, estarem sempre atentas à sua pele e darem atenção àquela pequena lesão que muitas vezes não é valorizada. «Infelizmente, o cancro da pele não dói, porque, se doesse, nós íamos mais depressa ao médico. Como não dói, não nos apercebemos dele. Quem é que repara que tem um sinal na face posterior do braço? A pessoa vê a parte da frente, mas não a parte de trás. Normalmente, é aí que se desenvolvem mais os melanomas. São as ditas áreas cegas. Quem é que olha para a planta dos pés? Ninguém», salientou.

Para a diretora do Serviço de Dermatologia do Hospital de Braga, as pessoas têm que estar mais atentas à sua pele.

Aliás, Celeste Brito sublinha que os médicos de família deveriam de olhar, pelo menos uma vez por ano, para a pele, »de cima a baixo» dos seus utentes, numa atitude preventiva.