A Coordenadora da Delegação de Braga da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Fátima Soeiro, revelou ao Diário do Minho que a mudança de instalações da instituição vai acelerar o aumento da prestação de serviços de saúde à população do distrito. «Estamos a tentar fazer o contrato de arrendamento com a Arquidiocese de Braga, para ir para as antigas instalações do Diário do Minho [na Rua de Santa Margarida]. A mudança tem que ocorrer até ao dia 1 de setembro, porque a partir dessa data já não temos acordo com a Junta da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade», disse Fátima Soeiro.
A responsável não escondeu que foi com surpresa que a instituição foi notificada pela autarquia para deixar as atuais instalações. «Eu fui surpreendida, mas não queria ir muito por aí», disse, assumindo que a ordem para abandonar as instalações que a instituição ainda ocupa «foi uma surpresa».
Mudança impulsiona cuidados de saúde Fátima Soeiro assume que a mudança de sede acabou por acelerar a oferta dos novos serviços de ajuda aos doentes com cancro e às suas famílias, que a Delegação de Braga da Liga Portuguesa Contra o Cancro estava a equacionar há algum tempo. «Nós temos muitos utentes e apenas dois gabinetes com três psicólogas e uma terapêuta de reiki. Por isso, os nossos utentes ou não podiam ter consulta ou ficavam numa lista de espera imenso tempo. A necessidade de mudarmos de instalações foi um mal que veio por bem», sublinhou a responsável, assegurando que a passagem para novas instalações «vai permitir um maior número de consultas e a concretização de novos projetos».
«Queremos criar um Centro de Dia para continuar a apoiar os doentes oncológicos nos seusperíodo de lazer e passar a prestar consultas de nutricionista, além de consultas anti-tabágicas», precisou a responsável pela Delegação de Braga da Liga Portuguesa Contra o Cancro, acrescentando que a delegação quer ainda disponibilizar serviços de reabilitação física.
Muitas solicitações de vários municípios Fátima Soeiro garante que as novas instalações «têm espaço para todos esses serviços», mas adverte que, no plano do financiamento, espera poder contar com um apoio da Câmara Municipal de Braga no valor de 50 por cento para o pagamento da renda das futuras instalações, através da plataforma RECAM [Registo de Entidades Candidatas a Apoios Municipais], que nos estava também a financiar a renda lá na Junta [da União das Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade]».
Com uma área de atuação quase regional, a Delegação de Braga da Liga Portuguesa Contra o Cancro não esconde os apoios que tem recebido de outros municípios. «Temos recebido imensos convites para colaborar com as câmaras municipais da Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Amares, Vila Verde ou Guimarães», salientou Fátima Soeiro, dando conta que a instituição sediada em Braga «desenvolve muitas ações no distrito de Braga».
«Os casos de cancro que ocorrem na área da nossa Delegação são cada vez mais em mulheres mais jovens, o que não acontecia até há algum tempo. Por isso é fundamental diminuir a idade dos testes de prevenção da cancro do mama e aumentar o número de diagnósticos preventivos», defendeu, reconhecendo que «foi um benefício muito grande o Ministério da Saúde baixar dos 50 para os 45 anos» a idade do rastreio do cancro da mama.