A CDU reclamou, hoje, que a coligação municipal liderada pelo PSD retire definitivamente a proposta do contrato de gestão delegada da Agere - Empresa de Águas, Efluentes e Resíduos de Braga e que a autarquia avance em definitivo com o processo de avaliação da remunicipalização integral da empresa.
Durante uma conferência de imprensa convocada para antecipar a posição da CDU face à proposta de contrato de gestão delegada, que poderá ser votada na próxima reunião do executivo municipal, a CDU reiterou as considerações que vem efetuando sobre o assunto, sustentando que «este contrato de gestão delegada resulta de um modelo de negócio que se vai perpetuar negativamente».
Segundo a vereadora da Câmara de Braga, Bárbara Barros, este processo é negativo para os interesses da população e visa consolidar o negócio da parceria público-privada, pelo que «esta proposta de contrato apenas protege os interesses dos privados, garantindo lucros substanciais e faz depender a remuneração dos capitais dos acionistas do aumento das tarifas para os consumidores».
«A nosso ver os lucros da empresa vão continuar a não servir os interesses do serviço público. Nestes oito anos os acionistas vêm acumulando verbas que ficam retidas e não se traduzem em investimento», argumentou, vincando que a remuneração dos acionistas se tem sobreposto à função social do serviço público prestado.
Segundo a vereadora «apesar dos sucessivos resultados financeiros positivos, os lucros da Agere não têm sido aplicados em investimentos fundamentais na melhoria do serviço público».
Bárbara Barros chamou também a atenção para o facto de não ter sido realizada consulta às estruturas representativas dos trabalhadores, apesar da importância do contrato e defendeu que o caminho a seguir deve ser «a municipalização integral da Agere, que deve ser uma empresa 100% pública».
Também João Baptista, membro da Assembleia Municipal de Braga, afirmou que «a CDU viu com bons olhos a remunicipalização da ERSE e acredita que, no último mandato, Ricardo Rio pode fazer o mesmo com a Agere e sair de bem com a população de Braga».
Recorde-se que a votação desta proposta fora já adiada na reunião de câmara de 6 de março, altura em que Ricardo Rio se mostrou favorável à remunicipalização , mas deixou claro que para o Município «essa não é uma prioridade absoluta», por questões financeiras.
O autarca avançou que a eventual remunicipalização da Agere «no imediato não é viável», pois «exige um investimento considerável da parte do Município», que «neste momento não tem esses recursos disponíveis».
Defendeu ainda que o atual modelo de gestão da empresa «tem conseguido salvaguardar o interesse dos cidadãos».