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Assembleia Municipal de Caminha reúne-se para discutir caso que envolve Miguel Alves

Assembleia Municipal de Caminha reúne-se para discutir caso que envolve Miguel Alves
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Publicado em 09 de novembro de 2022, às 14:25

A sessão extraordinária foi requerida pela coligação “O Concelho em Primeiro” (PSD/CDS-PP/Aliança/PPM).

A Assembleia Municipal de Caminha reúne-se no dia 17 para discutir o contrato para construção do pavilhão multiusos que o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, celebrou enquanto presidente da Câmara.Segundo fonte camarária contactada pela Lusa, a sessão extraordinária foi requerida pela coligação “O Concelho em Primeiro” (PSD/CDS-PP/Aliança/PPM) e está marcada para as 21h00, no Teatro Municipal Valadares.

Em causa está um contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais, aprovado em 2020, que previa a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço (CET) na quinta do Corgo, em Vilarelho. No entanto, o projeto foi inviabilizado pelos herdeiros dos terrenos que recorreram aos tribunais por não concordarem com o valor de venda proposto.

De acordo com o contrato, quando o CET estivesse construído e a Câmara outorgasse a licença de utilização, a autarquia comprometia-se a arrendar o espaço, durante 25 anos. Findo esse prazo, o município podia exercer o poder de preferência de aquisição.O acordo previa que os 300 mil euros avançados pelo executivo municipal, então liderado por Miguel Alves, ficavam por conta das rendas do 25.º ano.

No início deste mês, em reunião camarária, o atual presidente da Câmara Municipal, Rui Lages, adiantou que o promotor mantém o interesse na construção do CET e de um Centro de Ciência e Tecnologia, agora na zona empresarial de Vilar de Mouros e Argela. O promotor procedeu ainda «à aquisição de 33 terrenos na zona empresarial de Vilar de Mouros e Argela, perfazendo, neste momento, 103.411.25 metros quadrados de área».

Segundo Rui Lages, o promotor «colocou à disposição da Câmara Municipal a outorga de garantia de boa execução do contrato mediante prestação de seguro-caução ou garantia autónoma à primeira solicitação iguais ao valor do adiantamento e/ou hipoteca a ser realizada sobre aqueles terrenos».O autarca informou que «o promotor já deu entrada na autarquia com um Pedido de Informação Prévia (PIP) para aferir da possibilidade de construção dos equipamentos naquela localização situada entre a Argela e Vilar de Mouros, onde o Plano Diretor Municipal (PDM) prevê uma zona industrial». Acrescentou também que, «neste momento, já foi feita uma avaliação preliminar”, tendo o documento sido remetido para “colher pareceres junto das entidades que têm tutela sobre o território».

Miguel Alves está a ser investigado pelo Ministério Público por aquele contrato-promessa que celebrou quando era presidente da Câmara de Caminha. PSD e Chega já entregaram pedidos de audição urgente do governante no parlamento.

No domingo, em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF, Miguel Alves mostrou-se seguro da legalidade do processo e explicou o porquê de não se ter pronunciado publicamente sobre esta polémica antes. «Aminha primeira pronúncia não foi aqui, foi junto da PGR, através de carta, onde juntei a minha disponibilidade para prestar o meu esclarecimento a qualquer momento sobre o inquérito que foi aberto a propósito desta situação. Agora, estou aqui para que todos possam compreender a minha opção, uma opção legal, transparente e que defende o interesse público em Caminha e, também, no país», disse o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.

A 31 de outubro, em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro afirmou manter a confiança política em Miguel Alves.


Autor: Redação/Lusa