Em declarações à Lusa, o advogado de Pedro Grancho Bourbon denuncia que este se trata de “um processo de convicções”.“Este é um processo de convicções em que as decisões (judiciais/disciplinares) têm servido, exclusiva e subservientemente, os desígnios da convicção da sociedade e não da real prova da culpabilidade na prática de qualquer crime pelo Dr. Pedro Bourbon, ilustre advogado, injustamente encarcerado por um crime que não praticou”, declara Lopes Guerreiro.
O advogado adianta ainda que "jamais" se conformará com esta decisão, apesar de a entender, “porque assenta em factos advenientes da condenação no processo crime". “Desde logo, por assentar em factos cuja prática o Dr. Pedro Bourbon repudia por completo, pelo que iremos recorrer, desde já, para o Conselho Superior da Ordem dos Advogados e subsequentemente, até que a Lei o permita e as nossas forças o consintam”, assegura. Os os irmãos Pedro, Adolfo e Manuel Bourbon, Rafael Silva, Hélder Moreira e Emanuel Paulino (conhecido como o Bruxo da Areosa) foram condenados a 20 de dezembro de 2017, pelo Tribunal de São João Novo, no Porto, à pena máxima, por sequestro, homicídio e profanação de cadáver de João Paulo Fernandes, um empresário de Braga, cujo corpo foi dissolvido em ácido sulfúrico. OSupremo Tribunal de Justiça (STJ) manteve, a 19 de junho de 2019, após recursos, as penas de 25 anos de prisão a cinco dos arguidos e reduziu de 23 para 19 anos de cadeia a pena de Hélder Moreira, arguido que já tinha visto a pena ser reduzida de 25 para 23 anos pelo Tribunal da Relação do Porto.Em julgamento, ficou provado que os seis principais arguidos se organizaram entre si, criando uma estrutura humana e logística com o propósito de sequestrar um empresário de Braga, de o matar e de fazer desaparecer o seu cadáver. O objetivo era impedir a reversão de um estratagema mediante o qual o património dos pais da vítima fora passado para uma sociedade controlada por dois dos arguidos.
Para cumprir o propósito, os arguidos monitorizaram as rotinas da vítima e, posteriormente, quatro deles dirigiram-se a Braga a11 de março de 2016, em dois carros roubados no Porto, numa empresa de comércio de automóveis. “Abordaram o empresário por volta das 20h30”, “meteram-no no interior de um dos veículos automóveis e levaram-no para um armazém em Valongo, onde o mataram por estrangulamento, acabando por dissolver o cadáver em 500 litros de ácido sulfúrico, já noutro armazém, sito em Baguim do Monte”, no concelho de Gondomar, sustenta a acusação, dada como provada.Autor: Redação/Lusa