A vitalidade é um ponto central nos dias em que vivemos. Queremos viver mais e melhor, mas saudáveis, ativos e sãos. Digerimos e aplicamos o máximo de informação que conseguimos, como meio para alcançar o fim: desde o exercício físico, à alimentação, passando pelo controlo das horas de sono. E tudo isto de forma a que a nossa mente esteja em equilíbrio com o nosso corpo.
Conscientes destes hábitos tão abordados, muitos são os que se rendem. Mas há também quem caminhe ao lado, não encontrando força e motivação para se alinhar, ainda que apenas falando de uma forma não exagerada nem demasiadamente controlada. É neste ponto que me atrevo a dizer que somos responsáveis por encontrar esta charneira pessoal de mudança.
O xadrez tem sido encontrado por muitos como tal. As ligações que cria entre pessoas fazem sentir-nos vivos e ativos. Começando por jovens e terminando nos graúdos, as relações intergeracionais são uma constante que mantêm o espírito ativo.
Destes vínculos nascidos no tabuleiro, os frutos são vários e notórios: desde a união criada pela prática desportiva à forma como lidamos com a derrota ou vitória. Existem vários estudos que demonstram a importância do xadrez no desenvolvimento cognitivo ao nível do raciocínio, cálculo e memória.
Os idosos que jogam xadrez não se vêem tão sedentários e solitários, pois exercitam o cérebro de uma forma social. Assim, conseguem lidar mais positivamente com eventuais perdas de capacidades motoras inerentes, pois a parte emocional é treinada.
Também o lado imaginativo é desenvolvido, ainda que subconscientemente, ajudando a manutenção da parte mais ambiciosa, tão importante numa idade em que muitas vezes os objetivos não são tão lineares como outrora.
É possível também afirmar que o ensino de viver mais tranquilo pode ser fornecido pelo xadrez, pois não sendo visível à primeira vista para os não jogadores, este é um jogo capaz de criar um grande reboliço de emoções interiores que não podem ser expelidas como numa prática desportiva física, obrigando o xadrezista a um auto-controlo de forma a evitar agitação que interfira com o raciocínio.
Não sendo 100% real dizer que somos vitais ou não sem meias medidas, podemos fincar que as nossas práticas contribuem certamente para tal. Cabe-nos a nós, enquanto seres individuais, destaparmos um véu muitas vezes preconceituoso de inúmeras possibilidades de atividades.
Autor: Bruno Pais