Ocupa-se o espaço mediático, por estes dias, a discutir as recentes alterações à lei de financiamento dos partidos, consensualmente discutidas e votadas nas vésperas de Natal. Instalou-se o ruído em torno da questão, particularmente alimentado pelas redes sociais, sempre profícuas em considerandos de circunstância e superficiais opiniões.
Serve o intróito para relevar a fundamental e inultrapassável importância dos partidos no contexto da nossa democracia e, se tudo tem um custo, reconhecer que não deverá ser pelo custo de funcionamento dos partidos que deveremos corroer a estrutura democrática, que, apesar de tudo, temos sabido construir bem ao longo das últimas quatro décadas.
A bem dizer, os partidos não são um mal necessário, são sim, enquanto expressão plena de uma cidadania adulta, das menos defeituosas estruturas da nossa sociedade, sejam elas de cariz público ou privado, o que se prova desde logo pelo volume de notícias do foro judicial e criminal que vão ocupando o mesmo espectro mediático.
Reconhecendo, assim, a premência dos partidos para a saúde da nossa democracia, facilmente chegamos à conclusão de que, quanto mais apuradas as suas regras de funcionamento interno, maior e melhor será o seu contributo para a gestão da “res publica”, da coisa pública, da coisa que é de todos nós e de ninguém em particular.
O mesmo é dizer que, também em contexto de oposição, seja no âmbito nacional como no local/ /autárquico, quanto mais saudável estiver a estrutura partidária em causa mais dela poderemos esperar, designadamente na formulação das melhores propostas para a gestão da mesma coisa pública.
Da secção concelhia de um partido, mesmo em contexto de oposição municipal, espera-se que esteja preparada para assumir o poder no momento eleitoral seguinte. Ou seja, se mantenha dinâmica, pensante, reflexiva, unida, trabalhadora, com quadros capazes, comunicativa, próxima dos concidadãos, merecedora da sua confiança, capaz de responder aos problemas que emergem do quotidiano de uma sociedade.
Eis tudo aquilo que a Secção Concelhia de Braga do Partido Socialista não tem conseguido ser, nem por pretensão, de há uns anos a esta parte. Antes o seu inverso. Como o provam os resultados eleitorais sequentes e como se pressente vincadamente na relação com aqueles, singulares e coletivos, que connosco vão, dia a dia, trocando impressões.
O PS/Braga, o que resta de uma estrutura partidária que conquistou para a cidade um dos melhores momentos da sua rica e longa história, perdeu os Bracarenses.
E se uma oposição forte faz um poder forte, até como Oposição municipal, os Bracarenses têm o direito – também porque ajudam a sustentar os partidos – a um PS organizado, transparente, sério, com liderança, trabalhador, em contínua preparação para, no devido tempo, se assumir como alternativa na gestão dos interesses coletivos/ /municipais.
O PS/Braga tem, assim, de reconquistar a confiança dos Bracarenses. Urge, pois, “Virar a Página”. Honrando o património, de que se deve orgulhar, mas formulando propostas capazes de melhor satisfazer os interesses coletivos de hoje.
O PS/Braga não pode nunca limitar-se a que seja a Situação, o atual Executivo municipal, a perder os Bracarenses, por falta de trabalho, por falta de ideias, por falta de quadros, por falta de confiança, por falta de seriedade.
O PS/Braga tem de ganhar os Bracarenses, não por circunstancial herança, mas propondo-lhe, com provas, essa capacidade para voltar a governar bem a cidade. Para voltar a representar todos os Bracarenses.
O PS/Braga tem eleições internas a 20 de janeiro, ato eletivo em que podem/devem participar os militantes com as quotas pagas até 5 de janeiro. “Et por cause”…
Autor: João Paulo Mesquita