Por outro lado, integra quatro importantes laboratórios associados, abarcando estes e aquelas unidades áreas que vão das Ciências da Vida e da Saúde às Ciências Naturais e à Inovação para a Bio-Sustentabilidade, passando pelas Ciências da Engenharia e Tecnologias, Ciências Sociais e Artes e Humanidades.
Em resultado desta multímoda e frenética actividade de investigação, a UM ocupa justamente uma posição de destaque nos principais rankings internacionais das universidades com menos de cinquenta anos, posição esta que, desde logo, se reflecte no aumento substancial do número de publicações científicas e de citações dos seus investigadores, dos quais mais de 60% são da própria UM.
Para se aquilatar da projecção nacional desta instituição dentro do sistema científico português, basta dizer que representa cerca de 10% do sector, tendo, em 2015, conseguido listar a publicação de 1642 artigos nos dois mais prestigiados organismos internacionais da especialidade.
Mas a importância da UM infere-se, ainda, a outros níveis, designadamente do número e importância dos projectos europeus que tem em curso, da qualidade das bolsas avançadas de investigação que vem conseguindo do Conselho Europeu de Investigação, da grandeza das parcerias internacionais que tem captado, da fortíssima ligação às maiores empresas da região, de que a Bosch é exemplo maior, da estratégia que, com assinalável êxito, vem corporizando na área da Propriedade Industrial e, por último, mas não o menos importante, pela política de criação de spin-offs e start-ups que, há anos, vem desenvolvendo com resultados muito positivos.
Por tudo isto, foi com naturalidade, mas com enorme satisfação, que li a notícia de que, na passada terça-feira, nasceu em Guimarães, no Avepark (Parque de Ciência e Tecnologia), um megacentro de investigação europeu, liderado pela UM.
O “The Discoveries Centre for Regenerative and Precision Medicine”, assim se chama a nova instituição, propõe-se desenvolver a sua acção no campo da medicina regenerativa e de precisão, em busca de terapias de nova geração para doenças como as de Alzheimer e Parkinson, osteoporose, obesidade e cardio-vasculares, reunindo, para esse efeito, cinco universidades nacionais – Minho, Porto, Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboa – e a University College London (Reino Unido), que é reconhecida como a líder mundial em ciências e tecnologias da saúde e onde, curiosamente, trabalha a cientista barcelense Renata Gomes, a quem, em 2012, foi atribuído um prémio pela British Heart Foundation.
Este novo centro é um dos dez projectos e o único com sede em Portugal que foi aprovado pela Comissão Europeia, no âmbito do Programa Horizonte 2020 e contemplado com um financiamento de 15 milhões de euros.
Quero, pois, felicitar a UM pela liderança deste projecto estratégico, posição esta que decorre naturalmente da acção meritória que, desde há mais de uma vintena de anos, tem vindo a desenvolver no âmbito da investigação de topo. Estou seguro que o novo centro, beneficiando do consórcio estabelecido com as demais prestigiadas universidades que integram o projecto, irá constituir um espaço de eleição no sector da medicina regenerativa, para bem dos milhões e milhões de pacientes que sofrem diariamente as agruras e angústias de graves e indesejáveis moléstias.
Mas quero também prestar honra ao mérito da UM pelo relevantíssimo papel de motor da economia regional e nacional. De facto, quando se acaba de saber que Braga suplantou o Porto ao nível das exportações, é bom que se registe que o desenvolvimento económico que tal permitiu está directa e necessariamente relacionado com os novos conhecimentos e com as políticas de inovação que a UM foi capaz de potenciar em parceria com as empresas e indústrias da região.
Faz, pois, todo o sentido que a Universidade do Minho seja reconhecida como um motor de excelência da economia minhota.
Autor: António Brochado Pedras