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Um Outono sem respeito pelo “simbólico”

  1. As pessoas ainda não se aperceberam bem do avanço do Islamismo). O seu avanço sobre o espaço do Cristianismo é múltiplo. Primeiro, os cristãos têm diminuído, tanto ao nível dos praticantes (do rito), quanto daqueles que apenas se limitam a inspirar as suas vidas nos ensinamentos de Cristo; enquanto que aumenta o número daqueles que seguem o Islão (e praticam diariamente as suas praxes e obrigações). Segundo, o Islão tem penetrado em inúmeras regiões da África Negra, pagã e cristã, antecipando-se definitivamente aos bravos mas limitados esforços dos missionários cristãos. Uma das razões é porque tem uma teologia mais simples que o trinitarismo e hagiologia cristãs e porque apela ao culto directo de Deus. Terceiro, o Islão ganhou raízes históricas em partes do Sudeste Asiático muito populosas, tais como a Indonésia, o Paquistão e o Bangladesh; e nos tempos actuais, os 2 últimos Estados são grandes exportadores de emigrantes, grandes povoadores do Planeta (no Reino Unido, EUA, Canadá, África do Sul, Moçambique, Uganda, Quénia, Austrália e Nova Zelândia).

  2. Há 70 anos, não havia islâmicos na Grã-Bretanha, França ou EUA…). Sempre foi assim, até 1945. E hoje são às dezenas de milhões. Na Grã-Bretanha foi o influxo de hindustânicos e alguns africanos; na França e Bélgica, são milhões de residentes (ou naturalizados) vindos de Marrocos, Argélia e Tunísia. Na Alemanha, são 7 milhões de turcos e curdos (a que se soma, desde 2015, o milhão e meio de refugiados ilegais, “protegidos” da eng.ª Merkel). Nos EUA, desde os anos 50, são bastantes milhões os afro-americanos que se transferiram de Cristo para Maomé (um dos mais conhecidos foi o pugilista Cassius Clay). Tal como o notável Cat Stevens, este sendo “greco-sueco”. Não é contudo o caso do laico Barak Hussein Obama, o ex-presidente, filho de uma irlandesa e de um queniano muçulmano, que não casaram. A costa do Pacífico dos EUA e do Canadá (na Califórnia, Oregon, Washington e Columbia Britânica) têm, desde há 30 anos recebido inúmeros imigrantes hindustânicos, muitos deles também maometanos. Tal como a Austrália e a Nova Zelândia (da “encantadora Jacinda Ardern”…).

  3. Só na Catalunha, vivem 300 mil islâmicos). No “navio dos cristãos”, a água entra-nos, pois por todos os rombos. Quando há 1 ano se deu o auge do separatismo catalão, ficou-se a saber que, dos cerca de 8 milhões de residentes locais, 300 mil eram marroquinos. Se somados aos que moram e rezam no resto da Espanha, constata-se que estamos a regressar à Idade Média.

  4. Ora, num cenário destes, há quem faça caricaturas provocatórias de Maomé…). E pior ainda, muitos democratas incultos dizem que “arte” desse género é primacialmente, uma expressão da Liberdade Individual… E não ficam à espera de reacções, de vinganças da parte dos ofendidíssimos praticantes dessa respeitosa Religião. A qual é, alias, bastante parecida com o próprio Cristianismo, embora mais rude, mais simplista, quiçá mais próxima da mensagem (judaica) do Antigo Testamento. Ciclicamente, aparecem na História com força, algumas seitas radicais do Islamismo (os “assassinos” do haxixe; os xiitas do Irão e Iraque; os almorávidas de Marrocos; os salafitas; os talibãs; a Al Kaeda, de Bin Laden; o duvidoso Daesh, etc.). Porém, Maomé (que nasceu ca. de 600 anos depois de Jesus), considerava-O um dos “profetas”, ainda que menor.

  5. O laicismo judaico-maçónico francês tem resultado, mas apenas em relação aos cristãos locais). Porém, se numa França do futuro, salvo seja, o Islão iguale ou supere o Catolicismo, o dito laicismo não terá armas contra os fanáticos sarracenos. Cairá como um castelo de cartas. Por isso, provocações como as atrás citadas, são basicamente, faltas de respeito; a vingar no futuro.

  6. Salman Rushdie, o “Charlie Hebdo”, e agora Samuel Paty). Não se aprendeu com os Versículos Satânicos, nem com a vingança sobre os 7 jornalistas do “Charlie Hebdo”, nem com os atentados de Paris, Manchester ou o camião de Nice. Um professor bem intencionado, em Paris, repete agora o erro, leccionando para uma classe de filhos de imigrantes magrebinos. Aparece dias depois um adolescente checheno que o vai degolar. Passados dias, em Nice, 3 fiéis são mortos por alguém que entra na catedral (uma senhora é degolada).

  7. As Religiões costumam ser mais exigentes que a própria Moral). Daí que seja algo enigmático que as lideranças de vários (não todos…) os ramos do Cristianismo, contemplem agora certos comportamentos sentimentais (e sexuais), outrora desviantes, como normais e dignos até de protecção especial. E que abram com entusiasmo inocente as portas do “seu precioso castelo europeu” (que tantos mortos na nossa Espanha e nos Bálcãs custou para defender, ao longo dos séculos) ao bando mais óbvio, lustroso, fluorescente, relinchante e eficaz de “cavalos de Troia” que alguma vez já entraram por uma porta de armas… Daí que jovens manifestantes de esquerda sintam força para deitar fogo impunemente a históricos templos católicos (no Chile e na Polónia!). E que (provavelmente) os “amigos de Macron”, com intuitos políticos e eleitorais, se tivessem “descuidado”; e tenha ardido a famosa catedral de Notre Dame de Paris. Para se destruir ideias, coisas, pessoas, poderes políticos, religiões, clubes, nada como destruir ou subverter os seus símbolos.


Autor: Eduardo Tomás Alves
DM

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10 novembro 2020