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Suplementos alimentares e plantas medicinais

A crescente preocupação com uma alimentação saudável reflete-se nas opções de consumo da população em geral. O mercado responde positivamente a este estímulo e disponibiliza variadíssimas soluções que vão desde os superalimentos até aos suplementos alimentares e plantas medicinais. É conhecido o efeito benéfico para a saúde de muitos constituintes destes suplementos.

Na verdade, muitos dos fármacos introduzidos no mercado são sintetizados a partir de extratos de plantas. Importa, porém, lembrar que nem tudo o que é natural é saudável e também que “a dose faz o veneno”. O seu consumo sem supervisão médica pode inclusivamente colocar a saúde em risco.

Por definição, os suplementos alimentares são considerados géneros alimentícios, ainda que apresentem algumas especificidades, como o facto de se apresentarem com formas doseadas. Constituem fontes concentradas de nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico e destinam-se a complementar e/ou suplementar o regime alimentar normal, não devendo ser utilizados como substitutos de uma dieta variada.

Um regime alimentar apropriado proporciona todos os nutrientes necessários ao correto desenvolvimento e manutenção do estado de saúde. No entanto, a falta de tempo associada ao estilo de vida atual, entre outros fatores, pode desencadear a necessidade de complementar o regime alimentar com estes suplementos.

A introdução no mercado dos suplementos alimentares não está dependente de avaliações e de estudos de qualidade, segurança e eficácia. Algumas plantas exibem efeito medicinal, contudo podem interagir com inúmeros medicamentos, diminuindo a sua eficácia ou potenciando a sua toxicidade. A automedicação com suplementos alimentares e/ou plantas medicinais pode conduzir a problemas de saúde graves, resultantes da sua inadequada utilização com medicamentos, nomeadamente, em doentes polimedicados, diabéticos, hipertensos entre outros, cujo tratamento exige níveis de medicação exatos.

Os sumos e os “chás” são extratos concentrados de constituintes químicos, cujo efeito no organismo está pouco estudado e pode ser intenso, dependendo da planta e da quantidade ingerida.

Assim, deixamos alguns conselhos quanto à utilização de suplementos alimentares e/ou plantas medicinais:

- Avise sempre o seu médico de todos os medicamentos e suplementos alimentares, plantas medicinais, chás, que habitualmente toma. Com o devido aconselhamento médico, terá o máximo benefício da terapêutica que lhe for instituída e das alternativas de alimentação saudável que tem ao seu dispor. Se for identificado pelo seu médico a necessidade de suplementação, este indicar-lhe-á o mais adequado para si.

- Se detetar algum efeito adverso que associe à ingestão de algum suplemento alimentar e/ou planta medicinal deve contactar o Centro de Informação Antivenenos (CIAV- Linha de apoio: 808 250 143), que é um centro médico de consulta telefónica na área da toxicologia, responsável pela prestação, em tempo útil, das informações necessárias e adequadas a profissionais de saúde ou ao público em geral.

- O Observatório de Interações Planta – Medicamento (Linha de apoio: 239 488 505/484) disponibiliza uma base de dados de interações planta-medicamento que poderá consultar a título informativo.

Em caso de dúvida, consulte o seu médico ou farmacêutico!


Autor: Betânia Abreu Faria e Sara Barroso
DM

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5 julho 2019