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Solenidade do Corpo de Deus

Tem por finalidade celebrar a presença misteriosa de Deus no meio dos homens. É uma oportunidade para refletir sobre a Santíssima Eucaristia, dar graças a Deus por este Dom e anunciar aos homens que a  Santíssima Eucaristia é a única força capaz de transformar e unir a humanidade. 

2. Celebrar o Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo é, antes de mais, convite a que façamos um ato de fé na presença real de Jesus na Santíssima Eucaristia (Lucas 22, 14-20; João 6, 22-58). Sob as espécies do pão e do vinho é Jesus que está presente.

É convite a que pensemos no lugar que a Missa ocupa na nossa vida cristã. Na forma como a celebramos, na forma como nela participamos, na forma como a vivemos, na influência que ela exerce em cada um de nós, os crentes.

É convite a que, ao entrar na igreja, tenhamos como primeira preocupação saber onde está o sacrário com a Santíssima Eucaristia. A que não deixemos de visitar Jesus escondido, como dizia São Francisco Marto, e de O adorarmos. 

3. Há duas outras presenças de Jesus para que chamo particularmente a atenção.

Jesus está presente nas comunidades cristãs. Ele o afirmou: «onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, eu estou no meio deles (Mateus 18, 20). Esta presença é convite a que pensemos na nossa oração comunitária. Na oração em casal e em família.

Ele está presente também nos outros, particularmente nos mais fragilizados. «Tive fome e destes-me de comer… tive sede e destes-me de beber… sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos,  a mim mesmo o fizestes» (Mateus 25, 31-40). «Eu sou Jesus, a quem tu persegues» (Atos dos Apóstolos 9, 5)

Celebrar a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo também é prestar atenção a Jesus presente em cada ser humano, procurando que todos vivam com a dignidade a que têm direito, respeitando o próprio corpo e o corpo dos outros, atendendo também às necessidades materiais das pessoas. A devoção à Eucaristia não se esgota na devoção ao Senhor do sacrário, mas deve levar à prática da caridade fraterna.

4. O Dia do Corpo de Deus é assinalado, em muitas localidades, com uma solene procissão eucarística. Em Portugal esta data já dos últimos anos do reinado de D. Afonso III e constituiu a festividade nacional por exelência, como escreveu Alexandre Herculano («O Monge de Cister», cap. XVII).

Já era popular no tempo de D. João I. Foi a partir daí que se tornou costume levar no cortejo a imagem de S. Jorge, padroeiro do Reino, a cavalo, vestido de guerreiro, o que deixou de se fazer.

Em Lisboa tomava parte nesta procissão a melhor sociedade do tempo. O Rei e o Príncipe seguravam as varas do pálio, debaixo do qual o Patriarca levava o Santíssimo Sacramento.

Juntaram-se-lhe, porém, manifestações teatrais e jogos de danças que a desvirtuaram, e houve que pôr termo ao que desviava da atenção ao Santíssimo Sacramento. 

5. A procissão do Corpo de Deus «é, por assim dizer, a ‘forma tipo’ das procissões eucarísticas» («Directório sobre Piedade Popular e Liturgia», 162).

Manifestação de fé na presença real de Cristo na Santíssima Eucaristia, nela vai, apenas, debaixo do pálio, o Santíssimo Sacramento. Não há andores. E quem assiste, com fé, à sua passagem ou ajoelha com o joelho direito ou faz inclinação profunda.

Segundo o ritual romano convém que se faça a seguir à Missa na qual se consagrou a hóstia que há-de ser levada em procissão, nada obstando a que esta se realize depois duma adoração pública e prolongada feita a seguir à Missa». No fim dá-se a bênção do Santíssimo («Sagrada Comunhão e Culto do Mistério Eucarístico Fora da Missa», números 103 e 108).


Autor: Silva Araújo
DM

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15 junho 2017