- A detenção de Rui Pinto, co-fundador da “Football Leaks”). Eis a prova, para aqueles que duvidavam de que a Hungria, governada pelo famoso nacionalista Viktor Orbán, fosse um Estado de Direito. A pedido das autoridades portuguesas (e em cumprimento da lei, ao que parece) o tribunal de Budapeste deteve e entregou a Portugal, Rui Pinto, o simpático jovem “hacker” gaiense (historiador de profissão e especialista autodidata em “informática”). Eventualmente deslumbrado pelo poder de devassa dos computadores sobre a correspondência electrónica e os negócios dos clubes de futebol, este jovem justiceiro pôs-se a denunciar irregularidades que detectou no mundo do futebol. De um modo geral, fê-lo por puro espírito de servir a Verdade. Contudo, há quem o acuse de, entre os milhares de casos a que deu luz, excepcionalmente tenha proposto algo em relação à Doyen; pelo qual, em esta lhe pagando “uns trocos”, se livraria de problemas. Verdade ou mentira?
- Inqualificável foi a prisão de Assange, pela “democrática Inglaterra”). Dizia W. Churchill, o antigo PM britânico (o qual, para quem não o saiba, era filho duma milionária americana cuja bisavó era uma índia iroquesa…), que a “Democracia era o pior dos Regimes, à excepção de todos os outros”. Estamos para ver agora isso… O chamado “brexit” anda para ser cumprido há cerca de 3 longos anos. E, como se tal não bastasse, a polícia britânica aceitou deter o australiano Julian Assange, o notável fundador do Wiki Leaks. O qual, tinha obtido asilo diplomático (e nacionalidade equatoriana) na embaixada londrina deste país. O presidente Rafael Correa (favorável a Assange) acabou o mandato; e o seu sucessor atirou o solene asilo “para as urtigas”, invocando argumentos ridículos. A democrática e reptiliana mrs. May mandou logo a polícia inglesa ir deter Assange (dentro da embaixada!). Bem fez o ainda mais notável Edward Snowden; este último, para refúgio preferiu a “pouco democrática” Rússia de Pútin… A qual, pelos vistos, além de ser leal aos seus amigos, respeita bem mais, o Direito Internacional.
- Morreu o notável toureiro moçambicano Ricardo Chibanga). Na opinião dos, digamos, “nada aficionados” jovens do BE e do PAN, quem terá morrido foi mas é um notório e inveterado “torturador de animais”, paradoxalmente (ou não…) nascido na África mais remota e primitiva. Na realidade, porém, Chibanga (chegado à Metrópole ainda no tempo do anterior Regime) demonstrou que a arte do toureiro não é exclusiva de Portugal, Espanha, México, Colômbia e França. Muito menos, de brancos. Foi, desde o início cá recebido com nobres demonstrações de hospitalidade e carinhoso reconhecimento do seu talento e inclinações artísticas.
- A “greve selvagem” de certos camionistas). Pior que Mário Nogueira. Pior que os enfermeiros. Umas centenas de camionistas (que até nem ganham mal, apesar de terem horários de trabalho ilegais) acham-se no direito de parar o País, só para que as suas reivindicações profissionais fossem atendidas. Foi aliás assim, por greve dos camionistas, que em 1973, o Regime chileno de Allende caiu. Allende, que quis instaurar o comunismo, mas nunca passou dos 34% em eleições. A propósito, será que envolvem menos perigo, certos transportes pesados de passageiros? Vide o recente desastre, na Madeira.
- O incêndio do Reichstag, digo , da catedral parisiense). Um dos factores que ajudou a que, em 1933, os nazistas alemães alcançassem 44% do voto, foi por certo o incêndio do Parlamento, duvidosamente atribuído a um jovem maluco holandês (Marinus van der Lubbe). Daí que, poderão os mais desconfiados suspeitar agora que o esquisitíssimo incêndio que quase destruía a célebre Notre-Dame de Paris possa ter sido encomendado por algum apoiante de Macron. O fim, seria arrefecer os movimentos dos “gilets jaunes”, de Marine Le Pen, de Melanchon; e de obter uma causa “nacional” que o tão desajeitado ex-banqueiro (hoje, “socialista e liberal”) pudesse comandar; e, como Costa em 2015 (com a “Geringonça”), pudesse “virar o bico ao prego” e salvar-se. Ambicionará, talvez, que no futuro, se fale de “N. Dame de Macron”…
- O “Facebook” bane qualquer alusão ao BNP…). Assim vai a bela “democracia churchilliana”. O patriótico partido British National Party (e o seu notável ex- líder, Nick Griffin, hoje tão esquecido) são arbitrariamente “apagados”, naquela rede social. Tal deve ser para que os nacionalistas britânicos (que tantas queixas devem ter) só possam ser representados pelo muito enfraquecido UKIP; e pelo novo Brexit Party, comandado pelo bastante suspeito Farrage, decerto um “homem do sistema”, como se viu em 2016, quando, vitorioso, logo se demitiu e permitiu o comando do Brexit pelos conservadores de mrs. May.
- Sudão, Líbia, Argélia). No Sudão caiu (?) o regime anti-americano de Omar al Bashir. Na Argélia, manifs. semanais fizeram cair o decrépito autocrata Bouteflika, que subiu ao poder em 1999, proibindo a 2.ª volta de eleições ganhas pelo partido religioso. Na caótica Líbia, forte coluna militar cerca a capital.
- Eleições na Ucrânia elegem actor cómico para presidente). O venal Poroshenko, industrial de chocolates e anti-Rússia, dá lugar a um jovem actor desconhecido que fez de presidente numa série televisiva (e que é igualmente anti-Rússia). Teme-se que o último (que julgo ter, como Trotski, costela israelita) ouse associar o “celeiro da Rússia”, a região de Kiev (onde a própria Rússia nasceu, no séc. X), a Ucrânia (simples “fronteira”, em russo) à problemática NATO. Erro grave, que pode dar origem a uma guerra mundial. Cuidado com esta gente, sempre obcecada com vingar ofensas e destruições do passado.
Autor: Eduardo Tomás Alves