1. Um dos combates da minha vida centrou-se na necessidade de a Igreja ter meios seus para comunicar. Fi-lo na convicção de que noutros meios dificilmente passa a mensagem cristã. Não me convenceu a teoria de que em vez de imprensa católica (agora diz-se de inspiração cristã) o importante é ter católicos na imprensa. Na minha opinião, de que aceito se discorde, uma coisa não dispensa a outra.
Não é suficiente possuir uma boa doutrina: é necessário dá-la a conhecer. Não apenas nos bancos da catequese, preparando criancinhas para a primeira comunhão, mas agindo com a consciência de que os meios de comunicação social são a versão moderna do púlpito (Paulo VI) e o areópago dos tempos modernos (João Paulo II).
No domínio da imprensa escrita tal combate quase falhou. Com exceção do «Diário do Minho», a nível de semanários regionais e de boletins, que mortandade! Tantos houve e tão poucos há!
Sei que mantê-los dá trabalho e despesa, mas o tempo e o dinheiro são para serem usados em coisas úteis.
2. Não é preciso andar muito atento para ver que a informação respeitante à vida da Igreja foi, praticamente, banida de grandes meios de informação. Quase só manifestam interesse pelo que há de negativo ou apresentam como anedótico. Quando se trata de dar a conhecer o que a Igreja é e o que pensam os principais responsáveis da mesma…
Mais um facto. Realizou-se no fim de semana passada, em Dublin, por iniciativa da Igreja, um encontro mundial de famílias. Que informação apresentaram os referidos grandes meios de informação?
Insistiram em pecados cometidos por pessoas da Igreja, quiseram dizer que o catolicismo está em regressão na Irlanda, e quase não foram além disso.
3. Se quis ter informação completa e digna de crédito recorri à Internet: ao site do Vaticano (A Santa Sé; Vatican News) e da Ecclesia (agencia.ecclesia.pt). Pude ver, na íntegra, as intervenções do Papa que, não se furtando a lamentar tais pecados, disse coisas que é importante conhecer e sobre que importa refletir.
Li os discursos na íntegra. É o que procuro fazer com textos deste género. Ler resumos é, muitas vezes, ficar desinformado. O resumo nem sempre nos apresenta o que de mais importante foi dito. É elaborado segundo os critérios de quem o faz.
4. Com todos os inconvenientes que também possui e para que importa estar atento, bem usada a Internet é hoje uma boa e fiável fonte de informação da vida da Igreja. Procuro lá textos que depois envio a pessoas amigas. Muitos deles corto-os em pequenas fatias, que vou servindo no facebook.
5. E quem não possui Internet?
Esta é uma realidade a ter em conta. Dado o silenciamento que se faz relativamente à vida e ensinamentos da Igreja não sei se não será de voltar às folhas volantes, como fazia no seu tempo S. Francisco de Sales.
6. Meios de comunicação social da Igreja, sem esquecer o que existe, precisam-se. Com qualidade. Atuais. Não para se derreterem em colunas de prosa louvaminheira; não para darem espaço ao culto da personalidade; não para andarem a repetir sempre o mesmo; não para serem usados como instrumentos de auto-promoção. Sim, para respeitarem o direito que temos a uma boa informação; para se preocuparem mais com a informação e a evangelização do que com o espetáculo.
7. É muito desejável que os grandes meios de informação procurem, de facto, servir os destinatários com uma informação mais diversificada.
É muito desejável que os responsáveis tomem consciência de que a Igreja também é notícia. Não apenas pelo negativo mas também pelo positivo. Que não enfileirem na campanha de descristianização e de destruição da família.
Também é muito desejável que os católicos levantem a voz e alertem para o direito a uma informação que lhes proporcione uma visão íntegra e verdadeira da vida e dos ensinamentos da Igreja.
Autor: Silva Araújo
Que informação temos?
DM
30 agosto 2018