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No início, os santos eram sobretudo os mártires, aqueles que derramavam o sangue pela fé. Como reconheceu São Basílio, «a Igreja foi regada com o sangue dos mártires».
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É por tal motivo que, ainda hoje, o elenco oficial dos santos tem o nome de «Martirológio». Acontece que, quanto mais cristãos matavam, tanto mais os cristãos se multiplicavam. Daí a máxima de Tertuliano: «Sangue de mártires, semente de cristãos».
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Estes mártires eram proclamados santos pelo povo. O primeiro santo a passar por um processo de canonização foi Santo Ulrico, no século X.
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A canonização mais rápida foi a de São Pedro de Verona. Tendo falecido a 6 de Abril de 1252, subiu aos altares a 9 de Março do ano seguinte. Ou seja, 11 meses e três dias depois do seu falecimento A segunda canonização mais célere foi a de Santo António. Tendo morrido a 13 de Junho de 1231, foi canonizado a 30 de Maio de 1232. Precisamente 11 meses e 17 dias após a sua morte.
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O «Martirológio Romano» contém cerca de 6.500 nomes. Sucede que, muitas vezes, um nome é acompanhado de vários «companheiros mártires». Ora, os «companheiros mártires» de um único santo podem ascender a dezenas ou até a centenas.
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Basta notar que, no dia em que tornou pública a sua renúncia (11 de Fevereiro de 2013), Bento XVI anunciou a canonização de 802 pessoas. Eram Santa Laura Upegui, Santa Maria Guadaluppe Zavala e Santo António Primaldo com os seus 799 «companheiros mártires»!
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Acresce que o Martirológioexclui os santos cuja existência é incerta. E tem o cuidado de ressalvar que a sua listagem não é exaustiva, muito longe de «um catálogo completo».
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Assim sendo, se aos 6.500 santos e beatos incluídos no Martirológio somarmos «os companheiros mártires» de muitos deles (além daqueles cuja existência é duvidosa), obteremos um total bastante superior. São seguramente mais de 10.000, havendo mesmo quem tenha apurado perto de 20.000.
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Importa, entretanto, realçar que, para lá dos santos reconhecidos, há muitos mais que só Deus conhece. É por isso que a Igreja reservou um dia — 1 de Novembro — para honrar «Todos os Santos»: os canonizados e beatificados e os que nunca serão beatificados nem canonizados.
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Aliás, a santidade não deveria ser a excepção, mas a regra. Santos deveríamos ser todos (cf. Lev 19, 2). E se tantos conseguiram, porque é que nós não havemos de tentar?
Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira