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Quantos são, os santos?

  1. No início, os santos eram sobretudo os mártires, aqueles que derramavam o sangue pela fé. Como reconheceu São Basílio, «a Igreja foi regada com o sangue dos mártires».

  2. É por tal motivo que, ainda hoje, o elenco oficial dos santos tem o nome de «Martirológio». Acontece que, quanto mais cristãos matavam, tanto mais os cristãos se multiplicavam. Daí a máxima de Tertuliano: «Sangue de mártires, semente de cristãos».

  3. Estes mártires eram proclamados santos pelo povo. O primeiro santo a passar por um processo de canonização foi Santo Ulrico, no século X.

  4. A canonização mais rápida foi a de São Pedro de Verona. Tendo falecido a 6 de Abril de 1252, subiu aos altares a 9 de Março do ano seguinte. Ou seja, 11 meses e três dias depois do seu falecimento A segunda canonização mais célere foi a de Santo António. Tendo morrido a 13 de Junho de 1231, foi canonizado a 30 de Maio de 1232. Precisamente 11 meses e 17 dias após a sua morte.

  5. O «Martirológio Romano» contém cerca de 6.500 nomes. Sucede que, muitas vezes, um nome é acompanhado de vários «companheiros mártires». Ora, os «companheiros mártires» de um único santo podem ascender a dezenas ou até a centenas.

  6. Basta notar que, no dia em que tornou pública a sua renúncia (11 de Fevereiro de 2013), Bento XVI anunciou a canonização de 802 pessoas. Eram Santa Laura Upegui, Santa Maria Guadaluppe Zavala e Santo António Primaldo com os seus 799 «companheiros mártires»!

  7. Acresce que o Martirológioexclui os santos cuja existência é incerta. E tem o cuidado de ressalvar que a sua listagem não é exaustiva, muito longe de «um catálogo completo».

  8. Assim sendo, se aos 6.500 santos e beatos incluídos no Martirológio somarmos «os companheiros mártires» de muitos deles (além daqueles cuja existência é duvidosa), obteremos um total bastante superior. São seguramente mais de 10.000, havendo mesmo quem tenha apurado perto de 20.000.

  9. Importa, entretanto, realçar que, para lá dos santos reconhecidos, há muitos mais que só Deus conhece. É por isso que a Igreja reservou um dia — 1 de Novembro — para honrar «Todos os Santos»: os canonizados e beatificados e os que nunca serão beatificados nem canonizados.

  10. Aliás, a santidade não deveria ser a excepção, mas a regra. Santos deveríamos ser todos (cf. Lev 19, 2). E se tantos conseguiram, porque é que nós não havemos de tentar?


Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira
DM

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7 agosto 2018