Certamente só para obter tempo de antena nas rádios, TVs e jornais do mundo inteiro, mostrando os grandes “benefícios” da revolução cubana, dirigida durante dezenas de anos pelo defunto Fidel. Para se ver os tais grandes “benefícios” da revolução, basta ir a Cuba, observar a miséria em que vive a população, e ver cos prisioneiros políticos que jazem nas prisões. Também aconteceu em Portugal.
No Congresso do PCP, J. fez público elogio de Estaline e da revolução bolchevique em termos tais que nem Cunhal faria. J. enalteceu “os avanços conseguidos na URSS no desenvolvimento industrial e agrícola“, na erradicação do “analfabetismo”, na garantia da “saúde pública” e nos avanços conseguidos em relação aos “direitos das mulheres, das crianças, dos jovens e dos idosos”, na “cultura” e na “ciência”.
Noite e dia, durante vários dias, as rádios, TVs e jornais martelaram o cérebro das “massas”, sabendo que nenhum elemento delas teria ido, como fomos nós, a Moscovo em 1973 ver a miséria em que viviam as pessoas simples: em Agosto vendiam água nas ruas para poderem sobreviver. Nem nos hotéis havia comida tragável. Era o tempo do czar vermelho, Estaline. Hoje o dono é Putin, o czar “cor de rosa” que beija a mão ao Patriarca Ortodoxo, que tem Poder para o ajudar a dominar as “massas”.
Consciente do Poder que hoje também têm os serviços secretos, em Junho findo, Putin alargou os “Serviços Federais de Segurança” da Rússia, agora FSB, dando-lhes um financiamento duplo em relação ao do KGB de Estaline. Na inauguração desses novos Serviços o chefe russo declarou que esses “Serviços”, apetrechados com os meios mais modernos de espionagem, onde a cibernética pode atacar arquivos importantes em qualquer país, tinham por missão obter, informações essenciais ao desenvolvimento militar, económico, e político da Rússia.
E os efeitos já são hoje visíveis: há cerca de uma semana os serviços secretos alemães informavam publicamente que a empresa Deutsche Telekom tinha sido atacada pela FSB do Kremlin e alertavam todos os países europeus para uma intervenção da FSB nas eleições previstas. Certamente que não foi por acaso que nas eleições da Bulgária ganhou o partido que os jornais declararam ser afim do actual dono da Rússia. Por outro lado, as rádios, TVs e jornais anunciam que Obama ordenou à CIA que apure a intervenção da FSB contra Hillary Clinton nas últimas eleições em que Trump saiu vencedor.
Também, representantes do Partido Democrata se haviam queixado de que o FBI, conluiado com a FSB, tinha tido intervenção nas eleições contra Clinton. Claro que Putin não teve qualquer dificuldade nessa operação porque tem à sua guarda Edward Snowden, que fugiu dos EUA com todos os arquivos da Casa Branca e do Partido Democrata. Para mais Julian Assange do WikiLeaks também pôde dar uma ajuda.
Entretanto, “Donald Trump, anunciou que o director-executivo de Exxon Mobil, Rex Tillerson, será o próximo Secretário de Estado. Em 2013, Tillerson foi condecorado por Putin”. Isto é, a “trumpalhada” gerada nos EUA está a empestar a Europa e o Mundo, esperando-se acontecimentos imprevisíveis. Para já os aviões americanos deixaram de apoiar o “Exército Livre” que em Alepo lutava contra Bashar al-Assad, dono implacável da Síria, cujas tropas têm sido bem apoiadas pelos bombardeamentos da aviação russa, que tem na Síria uma base aérea e uma base naval, cedidas pelo pai de Assad, Hafez al-Assad.
O resultado está à vista: o genocídio das populações de Alepo pelas tropas de Bashar al-Assad e a fuga precipitada dos últimos elementos do “Exército Livre”. No meio desta desgraça síria, há algo aproveitável: Hafez al-Assad, mandou o filho Bashar estudar para a Inglaterra, onde teve educação esmerada e casou com uma inglesa. Claro que ela agora usa o véu muçulmano, certamente por “dever de ofício”.
Daí que Bashar al-Assad, tenha sempre proibido qualquer guerra entre religiões, dentro da Síria. Assim, na capital Damasco, existe bispo católico e no país existem missionários, nomeadamente em Alepo. Entretanto, cá por casa, o J. vai martelando que “o Governo tem de aumentar o salário mínimo para €600, JÁ”. Além disso, ele e o seu acólito Louçã do BE, que dá por professor universitário de Economia, martelam que “é preciso que o Governo renegocie a Dívida Pública, exigindo baixa de juros, alongamento nos prazos de pagamento, e redução na própria dívida, que está ficando monstra.
Algo semelhante ao que aconteceu com a Grécia, sem resultado na redução do desemprego e na baixa de juros. E J. acrescenta que “um País Soberano não pode ter de obedecer aos ditames da UE”. Tudo utopias, importadas da revolução bolchevique de 1917 que tão bons resultados tem dado na Coreia do Norte, onde a fome campeia. Claro que tais utopias agradam às “massas” analfabetas em Finanças, até porque essas matérias não fazem parte do Ensino B+S. Tais “chefões” sabem bem que vomitam utopias, mas a ideia deles é a de que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, como dizia a minha avó.
Mas, as populações de Portugal e do Mundo são “sistemas humanos” e, como tal, o seu comportamento não é o previsível pelos governantes, sejam eles, bem ou mal eleitos, ou sejam ditadores. os governantes , decretam, isto é, dão pancadas no sistema humano, esperando que os resultados sejam favoráveis aos seus idealismos ou, mais usualmente, favoráveis aos seus interesses materiais.
Porém, “o tiro pode sair-lhes pela culatra”. Assim também vai acontecer com a “trumpalhada” que o Trump está a cozinhar nos EUA, mais ou menos orquestrada pelo czar russo. A China já começou a agitar-se e tem em mãos a maior parte da Dívida Pública dos EUA. O Japão quer negociar e a Índia “espreita”. Assim vai o mundo onde a imprevisibilidade predomina.
Autor: Júlio Barreiros Martins