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“Por Trás da Câmara”

Apesar de ainda não ser nascido em 1974, entendo as palavras da democracia e liberdade conseguidas nesse momento como a possibilidade de escolha nestes momentos de eleições no projeto que entendemos como o melhor para a defesa dos nossos objetivos para as comunidades.

Estranho, por vezes, que aqueles que defendem com vigor o 25 de Abril, nestas alturas se esqueçam desses ideais e não aceitem a liberdade de escolha como o bem mais importante que temos na nossa sociedade.

Haverá sempre opiniões distintas, diferentes formas de ver o mesmo problema e soluções contrárias e objetivos distantes. Mas há um que eu entendo como comum a todos os políticos e autarcas e que é a defesa dos interesses dos cidadãos. É, aliás, a melhoria da qualidade de vida dos seus, o único propósito de quem ambiciona liderar os destinos de uma freguesia ou cidade.

Espero que estas eleições se desenvolvam com a elevação necessária num momento em que a política precisa e merece outra forma de estar, nomeadamente na proximidade e horizontalidade dos seus líderes.

Percebendo na sociedade uma geração mais jovem desgastada com algumas formas de se defenderem ideias, muitas vezes com julgamentos na praça pública e agora, mais usual, nas redes sociais, desejo que um pacto de política pura seja estabelecido e que a adesão dessa classe etária surja em massa no próximo dia 1 de outubro.

O limiar da defesa dos nossos projetos e ideias, e a consequente liberdade de escolha de quem decide os destinos das eleições, as pessoas, não pode ir ao encontro da parte menos digna e que chega a ataques pessoais e familiares aos mais diversos candidatos. Não é, nem nunca foi, fácil chegar a líder de um desafio deste género. Mas por trás do político está, sem sombra de dúvidas, a pessoa cidadã, pertença de uma família e círculo de amigos. Nascemos todos “nus”, sem diferenças, e nestas alturas não nos devemos esquecer disso.

Fazendo eu parte de uma Organização Juvenil com alguma responsabilidade no desenvolvimento de políticas juvenis em Portugal, o SYnergia, decidimos arriscar e organizar, com todos os candidatos aos destinos da cidade de Braga, um momento intitulado “Por Trás da Câmara”.

O nome não foi escolhido à toa mas tem, seguramente, duplo significado. Se por um lado estes são mesmo os Candidatos à Câmara Municipal, por outro pretende-se um momento de interação com os jovens que demonstre aquilo que muitas vezes a “câmara” não filma e apresenta.

A única regra deste momento, que se realizará no Museu D. Diogo de Sousa e contará com dezenas de estudantes do Secundário de Braga, é não se falar de política. A apresentação da pessoa individual, do seu dia a dia, dos seus gostos e lazeres serão os pontos únicos a abordar.

Esperamos, com esta iniciativa, ir ao encontro do que anteriormente defendi. Mostrar que as pessoas que estão por trás das campanhas são cidadãos comuns, deste mundo, e que o que os separa dos eleitores é terem um projeto e ambição para os destinos de todos nós e terem arriscado ir a votos pelo mesmo, mesmo sabendo que só um sairá vencedor. 

Termino esta crónica desejando que tudo decorra da melhor forma, pacificamente, e que haja uma demonstração que somos não só uma grande cidade, como somos “grandes” em tudo o que é importante nesta vida!


Autor: Ricardo Sousa
DM

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12 setembro 2017