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Ponto por ponto

Tenho muita pena do PSD. O maior partido português na Assembleia da República está um farrapo. O partido está partido em frangalhos. Sem norte e sem alma. À deriva ou a caminhar por trilhos inconvenientes. À procura de nada. A nova liderança, anódina e tonta, deixou-se enrolar por um modelo político insípido e oportunista, de forma incompreensível. Demitiu-se de lutar por um país melhor. Por um país mais desenvolvido e mais interessante. Parece um partido traumático, medroso e pouco afirmativo na sua intervenção política no quotidiano. Parece que se envergonha do seu passado e da sua história, quando dever-se-ia orgulhar dos resultados conseguidos. Agora, cansado, com uma direcção patética, vegeta num vazio confrangedor. A que ponto chegou este partido! Onde estão os homens sérios, interessados e capazes de guindar o partido e o país para os patamares da realidade, da sustentabilidade e do progresso efectivo? Onde estão? Ponto um – Rui Rio, como líder de um partido da governação, não presta. Não possui aquela luz que ilumina quem o segue. Não gera energia mobilizadora para catapultar todo um partido para a vitória. Não tem espírito vencedor. Estagnou e vive ainda num mundo ilusório criado num tempo marcada pela demagogia barata de afrontamento ao clube da cidade da qual foi o seu primeiro munícipe. A sua eleição para líder do PSD foi um tremendo erro político-partidário e, ainda por cima, apoiado por figuras esguias, sombrias e sempre prontas para a intriga. Quando “inspirado”, limita-se a dizer umas patetices sem graça e sem jeito. Só para se afirmar perante uns tantos barões do partido, quando toda a gente já se apercebeu que o homem não tem queda para estas coisas da oposição. Talvez não tenha tempo, nem estofo. Ponto dois – A sua primeira acção como líder destruiu-lhe toda a potencial credibilidade que poderia ter para se afirmar como opositor destemido e combativo. Ainda não percebeu que o poder não lhe vai cair nas mãos vindo do céu. Tem que trabalhar. Tem que o merecer. Tem que fazer oposição. Uma oposição firme e determinada. Assim, pode ser que conquiste o poder. Só assim. Como líder da oposição tem que ser inteligente e corajoso. Vivo e empenhado, dando a cara e a alma por ideias realistas e modernas. Ainda está na mente das pessoas a cena do “beija-mão” ao dr. Costa em São Bento. Deixou-se amolecer a troco de coisa nenhuma. Em prejuízo de um país que vive mergulhado nas fantasias de uma sociedade mais justa e mais igual. Justa e igual, que treta! O que importa é contribuir para a criação de uma sociedade dinâmica, aberta, competitiva e altamente produtiva. E o modelo que está em funções aponta, caminha a passos largos e vai concretizando ideias fracturantes na débil esperança da construção de um Estado dominador das vontades e dos sonhos dos cidadãos. O PSD tem que rejeitar e combater este modelo estatizante, opressor e anti-democrático. Está na sua matriz e no seu ideário. Está no seu passado. Ponto três – A oposição a este Governo incompetente, apoiado por partidos hipócritas e perigosos para a democracia pluralista, tem que ser frontal e implacável na denúncia e no avanço de propostas congruentes. É preciso trabalhar para uma oposição que desenvolva um plano credível e ataque taco-a-taco, a toda a hora e em todos os sítios o embuste e as fantasias. Um combate sem tréguas, de forma consistente e inteligente. Há que mobilizar todos, os bons homens do partido ou dos que se revêem num projecto modernista e liberal. É preciso empolgar os homens credíveis, os capazes para exigir à coligação negativa que governe com autenticidade e com verdade. Ponto quatro – Há problemas sérios na Saúde, na Educação, nos Transportes, na Justiça, no investimento público. Há problemas sérios no endividamento, na floresta e na vida das pessoas. Rui Rio tem que olhar bem de frente para o país e para as pessoas. Tem de denunciar abertamente o jogo escorregadio desta esquerda paralítica que se prepara para conduzir o país para a penumbra e para um novo problema. Rui Rio tem que repensar nas consequências que advieram da governação fraudulenta de Sócrates. Quantos anos regredimos? Qual o custo financeiro desta “brincadeira” socialista? O caminho que está a ser seguido é justamente similar. O PSD não pode permitir que o país chegue de novo à humilhação. Rui Rio tem que acordar, abrir os olhos e rasgar a mente. Esta governação pestilenta e cínica é perigosa para as pessoas, para o país e para o seu futuro.
Autor: Armindo Oliveira
DM

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12 agosto 2018