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Ponto por ponto

Todos sabemos que o Governo do dr. Costa entrou em São Bento pela porta do cavalo. E quando isto acontece, as coisas não podem correr com normalidade. Não podem correr bem, melhor dizendo. É exactamente isso: a governação do dr. Costa nasceu pela via travessa. Em Portugal não há normalidade política, embora o ambiente artificialmente criado pelos socialistas nos tente incutir a ideia que existe um certo consenso entre os órgãos de soberania e uma saúde de ferro na geringonça. O país vai caminhando com ventos favoráveis, é certo, mas com pouco lastro e com a bússola avariada. Portanto, o homem do leme tem-se limitado a gerir a embarcação na linha de costa até que apareçam os primeiros baixios e o encalhe será mais que certo. Os danos no casco ferruginoso da nau desgovernada serão inevitáveis. Ponto um – Um partido ganhador tem uma auréola vencedora. Tem um estatuto de legitimidade democrática acrescida e não está preso a caprichos de parceiros que o detestam, mas que por meras razões de conveniência e só por essas, são capazes de engolir desaforos políticos que antes eram motivos de grande agitação e incómodo. Não se podem fazer parcerias sentidas e autênticas com partidos que têm objectivos obscuros e rumos anacrónicos que, em caso remoto de ascendente eleitoral, poderiam colocar em causa a sanidade da democracia pluralista e os acordos firmados com os nossos parceiros europeus. Não lembra ao diabo que o país fosse conduzido para o lamaçal da Venezuela. Até Cuba vai apagar da constituição a palavra mágica “comunismo”. Quem diria? Impensável! Mais uma facada nas ideologias extremistas. Somos europeus, pertencemos a um mundo desenvolvido e livre, com direitos e obrigações e não podemos permitir que se dê corda a linhas ideológicas ultra-conservadoras, do partido único, baseado numa economia estatal e que coloca a vida das pessoas na inteira dependência de um Estado falido. Ponto dois – O Governo do dr. Costa está exausto, sem ideias e já nasceu velho, carregado de erros crassos cometidos nos idos das governações de Sócrates. Estes “velhotes” não têm pedal para recolocar o país na rota do desenvolvimento sustentado. Até ao momento a sua accao mais notória está ligada às cativações, ao debitar de um cardápio de ilusões e a uma treta de palavras feitas que vai afagando as mágoas dos mais carenciados. E tem dado resultado. Ponto três – Nem com a ajuda das impressoras do BCE a injectar dinheiro na economia nacional aos montes, nem com os juros baixíssimas a pagar da vergonhosa e medonha dívida pública que acumulamos, nem com o anormal crescimento económico que se verifica na Europa, nem com estas condições excepcionais e irrepetíveis reunidas, fazem com que o governo do dr. Costa consiga sacudir a pasmaceira que tolhe este povo. Não percebo como é que esta coligação pode manter-se nos comandos do país por mais uma legislatura. O FMI e Mário Draghi do BCE já fizeram os respectivos avisos que não foram ouvidos por estas paragens. Uma coisa é certo e inevitável: as condições económicas vão deteriorar-se em 2019. Depois, não podemos queixar-nos ou arranjar bodes expiatórios para justificar o insucesso. Há que assumir responsabilidades. Ponto quatro – O sector da Saúde está uma lástima. As promessas repetidamente anunciadas não se concretizam. Equipas médicas dos principais hospitais do país estão num processo de demissão. A ala pediátrica do Hospital de São João continua a funcionar em contentores. Há problemas sérios nas consultas externas e nas cirurgias. Os comboios arrastam-se de velhos e podres, cortam-se horários e não se cumprem itinerários. A Educação está um caos, com os professores em greve às avaliações. A luta vai agudizar-se. Não há dinheiro para satisfazer os 9 anos, 4 meses e 2 dias que os professores exigem para a recuperação do tempo de serviço que foi cortado desde o governo de Sócrates. Ponto cinco – Para encerrar, o caso “Robles”. Um vereador do Bloco com ideias capitalistas e com veia especuladora, mas com um discurso profundo contra os proprietários, contra o capital e contra a especulação. Um militante anti-despejo e um denunciador do bullying do Alojamento Local. Como se esperava e espera deste partido radical é só treta e nada mais. Caiu a máscara.
Autor: Armindo Oliveira
DM

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5 agosto 2018